Sexta-feira, 30 de Dezembro de 2005
O CIRCULO
Nas minhas divagações pela net, deparei com o site da Funerária Capuchos, sob o lema Estamos presentes, quando você precisa. Vá-se lá saber porquê, lembrei-me do Totta! É que também ali estão presentes quando precisamos, mas por outros motivos. Mas onde é que bate a bota com a perdigota? Vossa Excelência endivida-se alegremente ao Balcão do dito cujo. Apenas vê facilidades, nada mais. A vivenda, a piscina, o carrão, as férias em terras do Tio Fidel, o plasma mais o diamante para a dita cuja dos tempos livres! De repente, sem saber porquê, tudo se esfumou da noite para o dia. Entrou em depressão, recorreu á DECO, a dita cuja deu-lhe com os pés, o amigo do Fraque não lhe larga a porta, a cara-metade caiu-se de amores pelo cobrador e resolve dedicar-se á plantação de troncos no jardim capilar do seu cocuruto
e eis que surge o fatal Acidente Vascular Cerebral!!!
Vale-lhe, a si e aos seus, a Funerária Capuchos:
Estamos presentes, quando você precisa.
FELIZ 2006.
Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2005
RECLAMAÇÃO
Reclamar é um direito do consumidor. Quer consuma um electrodoméstico, um automóvel ou um apartamento. Deve ser um acto responsável do participante, aceite com naturalidade pelo participado! Antes de tornar obrigatório o Livro de Reclamações em todas as actividades de prestação de serviços com contacto com o público, impunha-se uma campanha de sensibilização, mesmo superficial, sobre o acto. Ás vezes, quando nos regurgita a acidez do estômago, procuramos, avidamente, um pobre mortal para descarregar toda essa azia que tomou conta de nós. É uma disposição do nosso espírito, do nosso carácter. Na falta dessa tal alfabetização reclamativa corremos o risco de entupir Secretarias e Gabinetes, com participações sobre o cimbalino que foi servido frio ou a falta de um cotonete numa caixa de 100! Mas o caso torna-se mesmo caricato, quando, a partir de Janeiro, pedir o livrinho e o mesmo não estar disponível por incompetência do Ministério da Economia na sua distribuição. A quem devemos reclamar, Senhor Ministro Manuel Pinho?
Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2005
FIXAÇÃO
Afinal, o que podemos esperar da Campanha Eleitoral para a Presidência da República (PR)?
Até agora, a ideia que fica é só uma: derrotar o Prof. Cavaco! Quererá isto dizer que não haverá PR para além do Senhor de Boliqueime?
Depois de os últimos 10 anos de Belém ficarem gravados na história com a frase do estou atento, é natural que surja a pergunta, para que serve o PR e todo o seu ceptro de aios e pajens. Meros jarrões decorativos da Companhia das Índias? Pelo caminho que as Presidenciais trilham, não se vislumbra no horizonte um debate de ideias esclarecedor para a nação. Nos dias de hoje já ninguém acredita em super homens e em super mários e até mesmo os homens aranha preferem o aconchego das suas urdiduras!!!
Terça-feira, 27 de Dezembro de 2005
O ALTERNE
Este país parece um bar de alterne, á meia-luz, frequentado por uma clientela habitué. Vem a Patroa Europa e tenta-nos impingir uma data de recomendações, de alertas, de regulamentos... enfim, de teorias económicas num tom duro e autoritário, demasiado HARD. Vem a Dona Política Socialista, e tenta-nos fazer crer, num estilo decalcado, nos mesmos arrazoados, nas mesmas teorias económicas, agora numa versão mais suave, mais SOFT. Por último, chegam as Meninas do dinheiro fácil que passando por cima dos discursos e das teorias económicas, nos impingem uns empréstimos em cor-de-rosa bebé, numa hora e em versão LIGHT! Aqui, já não conseguimos resistir á tentação. Chegados á saída, surpreendidos ou talvez não, concluímos que não existem almoços grátis.
No fundo, e a exemplo de um bar de alterne, ninguém quer queimar o cliente
mas que saímos sempre queimados, lá isso saímos!
Sexta-feira, 23 de Dezembro de 2005
OS GADÍDEOS
Na noite da Consoada vamos ter sobre a mesa, inevitavelmente, uma discussão animada sobre o paladar desses peixes gadídeos (vulgo bacalhaus) que ultimamente tentam impor a sua quota de mercado. Mário Soares, um Bacalhau Atlântico, considerado em tempos o mais nobre dos peixes, reconhecido pela sua barbatana caudal que oscila ao sabor das marés e correntes do momento. Cavaco Silva, um gadídeo da espécie dos Zarbos, pequeno, esguio, com um travo pró insonso, mas que sobressai, de quando em vez, como o mais saboroso. Francisco Louça, oriundo da espécie mais estreita dos ditos, a família dos Lingues, reduz-se, quando apertado, á sua pequenez de simples e simpática posta. Manuel Alegre, peixe rotulado como Escamudo, de carnes escuras, fruto das suas muitas lutas no oceano profundo, de sabor nostálgico, demolhado q.b. desfia com relativa facilidade. E por fim, Jerónimo de Sousa, um animal que tenta ser abrangente, um teleósteo anacanto que gere empatias em território de pescadas, mas que muitos apelidam, simplesmente, por Cara de Bacalhau!
Para todos, votos de bom apetite e FELIZ NATAL.