Imagine-se o que seria Portugal sem desgraçados e pobrezinhos e onde, ainda assim, o Estado disponibilizava gratuitamente toda e qualquer outra assistência sempre que o cidadão a exigisse? E perante tanta benesse, pagasse ainda aos seus funcionários vencimentos muito acima da média europeia, libertasse as micro, pequenas e médias empresas de todos os impostos e outras "ninharias" a elas inerentes e desprezasse as previstas cobranças de portagens nas "scuts" anulando ainda todas as existentes... entre mil outros facilitismos (não esquecendo, é claro, a proibição de qualquer tipo de despedimento, mesmo existindo justíssima causa)? A que se iria agarrar Francisco Louçã e o Bloco de Esquerda, Jerónimo de Sousa e o Partido Comunista e mesmo Paulo Portas e o Partido Popular? Para estes "surfistas da indigência" e à falta da habitual apresentação de rasgos inovadores que contribuam para tirar Portugal da situação em que o mesmo actualmente se encontra, a existência dos muitos milhares de desempregados só pode ser uma gigantesca felicidade, o aumento da violência, a mediocridade dos cuidados médicos e uma justiça cada vez mais inacessível, uma enormíssima alegria e a fome, essa malvada insensível que cada vez mais se vai apoderando de tudo e de todos, uma grande e maravilhosa bênção vinda do Olimpo! Só assim se entende que estes "artistas" continuem a apresentar propostas atrás de propostas que, a fazerem Lei, apenas contribuiriam para levar os remediados ao limiar da pobreza e os pobres ao extremo da miséria (tendo em conta que os direitos sem deveres apenas acelerariam o fim do debilitado "Estado Social"). Sarcasmos para longe, é uma pena que os portugueses não vejam estas e outras almas a fazer um pequeno esforço para manter um diálogo minimamente credível com aqueles que ainda assim, embora mergulhados na essência da mais genuína gestão do merceeiro quase falido, vão tentando a custo nivelar a “ilusão” a contento de todos... ou de quase todos!