Saber se os portugueses deixaram ou não de acreditar nas "marcas" é de somenos importância perante a realidade concreta de terem sido as próprias "marcas" a deixarem de acreditar em si próprias! E porquê? Apesar da crónica crise nacional e da grave, mas passageira (pelo menos assim se espera) crise internacional, as "marcas" portuguesas (nas duas últimas "campanhas publicitárias") investiram um total aproximado de 90 milhões de euros em "brindes" e "papeladas" apenas e só para, cada uma à sua maneira, se convencer que ainda está viva e que tem capacidade para continuar a "lavar mais branco que o branco"... apesar dos muitos "pontos negros" que cada vez mais surgem um pouco por todo o lado da "coisa" e que se vão transformando na principal causa do maior descrédito (aos olhos do zé-povinho) de todas estas defensoras das mais nobres e superiores causas de virginal alvura das regras da conduta e da moral (sic)! Só mesmo quem já não tem fé naquilo que diz e que defende (e vê a vida a andar para atrás) pode, nos dias de hoje, "estoirar" 4 (quatro) salários mínimos nacionais num poluente, inconsequente, destoado e na sua maioria de mau gosto "outdoor" de 24 m2, por exemplo, para dar a conhecer um qualquer "produto" que, nalguns casos, deveria estar no armário secreto da casa de banho dos fundos, enquanto local mais esconso para este tipo de "arrumos" (como diria um antigo Conselheiro de Estado)! Enfim: Se acompanhassem minimamente o dia-a-dia do comum cidadão e direccionassem as "baterias" para os desejos e anseios de todos eles (o que infelizmente não foi, não é e nunca será o caso), imagine-se o que o País não ganharia em brancura, modernidade, qualidade, ética, coerência... e nos muitos quilogramas de dióxido de carbono que as caravanas de vendedores deixariam de lançar para a atmosfera (sic)!