Portugal há muito que se encontra mergulhado numa crise de "subprime" democrático pelo facto de os portugueses terem "emprestado" aos políticos "quantias" exorbitantes de confiança sem que estes, até à data, se tenham incomodado em liquidar tal dívida. Antes pelo contrário: vem com um descaramento fora do comum exibindo fictícias provas de capacidade de "pagamento" e conseguindo, com isso, às vezes extraordinariamente, renegociar "créditos" atrás de "créditos" que lhes permite ir sobrevivendo principescamente num meio muito acima das suas possibilidades profissionais e intelectuais e atirando para a inevitável falência a sua rede de "credores".
A exemplo de outras entidades, as bancárias, imagine-se estas entidades, as dos cidadãos, entrarem mesmo em processo de falência não emitindo um voto que fosse em nome de nenhum acto eleitoral e deixando no desemprego a totalidade dos "produtos tóxicos" do nosso mundo da política?
Sem "injecções" de mais crédito, por uma questão de postura e dignidade e com uma capacidade de sobrevivência a anos-luz da tal "fauna" política, tornar-se-ia inevitável surgir um novo mapa de gestão nacional e um novo "álbum fotográfico" que substituísse as estafadas caras, carinhas e caraças que há muito tem sido a nossa principal causa de azias e úlceras estomacais (sic)! E se dúvidas ainda houvesse sobre esta necessária tomada de posição, o discurso Presidencial do 5 de Outubro ai está, convidando e incentivando à "bomba atómica" de um abstencionismo de 100% nos próximos actos eleitorais... porque Portugal está cansado de comer, de ouvir e de ver mais do mesmo, sem que daí tenha retirado quaisquer significativas "mais-valias".
Palavras? Palavras leva-as o vento, Senhor Presidente!