Com uma infinidade de noticias sobre as transferências de jogadores de futebol do clube a) para o clube c) e vice-versa, o burburinho que foi a contratação de Paulo Portas pela “Mota-Engil” por certo que terá deixado os menos atentos a perguntar se este craque é médio, avançado ou guarda-redes e em que liga é que milita o contratante (quiçá intermediado por um Jorge Mendes ou outro que tal). Mas não! Apesar de jogar em todas as posições, sem excepção, Paulo Portas, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-vice-primeiro-ministro de Portugal, vai apoiar a Mota-Engil no desenvolvimento de novos mercados e oportunidades de negócio em vários países da América Latina (nunca é de mais lembrar que enquanto vice-primeiro-ministro do Governo de Pedro Passos Coelho, Paulo Portas efectuou duas visitas oficiais ao México, em 2013 e em 2014, nas quais foi dado um grande destaque aos projectos da Mota-Engil naquele país latino-americano). E sendo assim, quase que apetece, pela milésima vez em Portugal (e a propósito dos habituais bailados deste e de outros cisnes), voltar a lembrar o físico e matemático Simon Stevin e a sua célebre teoria dos vasos comunicantes (sic)! Enfim! É uma pena que Portas, que vai "ter um programa na televisão, dar aulas na universidade, promover exportações na Câmara de Comércio, ajudar à internacionalização da Mota-Engil, fazer consultoria estratégica no Golfo e na América Latina e participar, ainda, em conferências e em palestras várias", não tenha tido um certo reconhecimento para com o seu último patrão (o Estado) e colocasse tamanha inteligência, conhecimentos, especialização, dedicação e prestígio ao serviço das muitas empresas públicas que, ao que parece, nunca passaram da cepa torta do prejuízo (Águas de Portugal, Estradas de Portugal, CP, Metro do Porto ou o Centro Hospitalar de Lisboa Norte)! Isso sim… seria de louvar. Irrevogavelmente!