E, afinal, a montanha… pariu cento e vinte medidas! Mais uma vez, há boa maneira portuguesa, esquecemos o essencial e damos largas ao acessório, convencidos que é por aí que vamos onde quer que seja. Porquê cento e vinte medidas? Por ser a velocidade máxima a que se conduz numa auto-estrada, por exemplo? Por este ponto de vista poderiam ser 90… ou mesmo os 50 permitidos nas localidades! Este explanar de ideias gratuitas, avulsas e inconsequentes, com o único convencimento de que no meio de tantas uma ou outra há-de vingar, é próprio de todos aqueles que, no fundo, no fundo, não tem a mínima percepção do que é gerir um país e a vida do seu zé-povinho! Sim, porque a vida deles, essa, está sempre salvaguardada por uma mão cheia de euros vitalícia oriunda de qualquer rectângulozinho do gigantesco organograma do Estado (nunca é demais recordar, para aqueles que tem a memória curta, a elevação da “virgem” aos céus dos prazeres terrenos, que, com 42 anos de idade e dez anos de trabalho (?), viu o seu fim do mês ser-lhe abençoado com 7.500 euros de pensão vitalícia)! Enfim: fazendo minhas as palavras de Ayn Rand, filósofa e escritora russa… “Quando te deres conta de que para produzir necessitas obter a autorização de quem nada produz, quando te deres conta de que o dinheiro flúi para o bolso daqueles que traficam não com bens, mas com favores; Quando te deres conta de que muitos na tua sociedade enriquecem graças ao suborno e influências, e não ao seu trabalho, e que as leis do teu país não te protegem a ti, mas protegem-nos a eles contra ti; Quando enfim descubras ainda que a corrupção é recompensada e a honradez se converte num auto-sacrificio, poderás afirmar, taxativamente, sem temor a equivocar-te, que a tua sociedade está condenada.”
Efectivamente estamos condenados!