Independentemente de o Governo da Nação ser de esquerda, ser de direita, ser do centro, ser do centro direita ou do centro esquerda ou do raio que os parta a todos, o certo é que vivemos numa indefinição completa desde o dia 4 de Outubro último e poucos ou ninguém parecem querer saber do destino que esta “coisa” leva… e entenda-se “coisa” como Portugal, País soberano com 836 anos de história! Certo, certo, é que temos uma Assembleia da República formada por 122 “geringonços” e por 104 “ressabiados” (segundo palavras vindas ora de um lado, ora do outro da barricada!) que passaram praticamente dois dias em debates teológicos muito idênticos aos de Constantinopla (sim, o do sexo dos anjos)! E perante este cenário surrealista, imagine-se o que é ter em Belém uma espécie de Dali (com o devido respeito a este), a quem parece senão interessar as manifestações de um certo pensamento liberto de toda a preocupação lógica, artística ou moral (sic)! E se de Figueras ou Cadaquês ainda emergia vida e criatividade (a rodos), ninguém espere que das Desertas ou da Ajuda surja o que quer que seja, para além de entediantes “estórias” de Cagarras e blá-blás sobre os Estatutos Político-Administrativos de algures!
Independentemente de tudo isto, o Zé-povinho lá vai cavalgando a “coisa”, sereno e sem fumaça, confiante que há sempre um amanhã que logo se vê, mesmo que esse amanhã nunca chegue, ou tarde a chegar, mas que ainda assim… logo se vê. Enfim:
- “Em Portugal, não há direita, não há esquerda, nem há centro. Há sim um grupo de salafrários, que se alternam nos governos, para ver quem rouba mais.”… disse um dia José Saramago (talvez nunca imaginando que a sua cor clubista viesse um dia a jogar na liga dos grandes)!
Mas é por tudo isto que “Eu gosto desta terra. Nós somos feios, pequenos, estúpidos, mas eu gosto disto.”