Depois de um animado jogo do gato e do rato, foi detido, em Itália, um dos quadros mais antigos do SIS, quando passava documentos secretos a um agente do SVR (ex-KGB). Apanhado em flagrante, com uma “pipa” de dinheiro vivo na algibeira, Frederico Carvalhão Gil, na companhia de um amigo russo de longa data (que também se dedicava á prática da “coisa”), gozava os rendimentos da venda dos seus segredos (?) saboreando, na altura, um doce “Maritozzo” e um curto e amargo “Correto”!
Que segredos seriam estes que o nosso espião vendia à Rússia ainda se está para saber, já que andava nisto à uns tempos sem que nada nem ninguém o tivesse incomodado, muito embora fosse do conhecimento do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária. Uma coisa é certa: sendo mais que pública a inexistência de qualquer poderio atómico localizado em zonas tão geoestratégicas como a Cova da Moura (Lisboa), Quinta do Mocho (Loures) ou um qualquer centro de inteligência e investigação internacional, com projecção militar, no Bairro do Aleixo (Porto), alguma coisa o nosso Gil vendia aos fulanos da Federação Russa!
Se entrarmos nos tais assuntos relacionados com a NATO e que habitualmente envolvem informação sobre os sistemas de defesa dos países da Aliança, Vladimir Putin teria que subir a parada para valores bem mais altos, porque ninguém vende segredos de Estado ou de Estados ao preço da uva mijona (sic)! Enfim:
- Por dez mil euros, quando muito, o intermediário russo levava para o Kremlin de Moscovo “Os Segredos da Tia Cátia”… porque para outros segredos, tipo Pasteis de Belém (receita com mais de 180 anos e melhor guardada que alguns” top secrets” do Forte da Ameixoeira), o valor nunca poderia rondar essa pelintrice! Nem de perto nem de longe!
“Os homens dividem-se, na vida prática, em três categorias – os que nasceram para mandar, os que nasceram para obedecer, e os que não nasceram nem para uma coisa nem para outra. Estes últimos julgam sempre que nasceram para mandar; julgam-no mesmo mais frequentemente que os que efectivamente nasceram para o mando.
O homem que não nasceu nem para mandar nem para obedecer sabe só mandar, mas como nem manda por índole nem por transmissão de obediência, só é obedecido por qualquer circunstância externa – o cargo que exerce, a posição social que ocupa, a fortuna que tem.”
Escrevia Fernando Pessoa por volta de 1926!
Hoje, como há noventa anos, parece que nada mudou… e a ter mudado, foi para pior! O apetite desmesurado pelo mando, depois de ter criado raízes, floresce a cada instante, indiferente a estações, climas e regiões! Seja em multas, coimas, contra-ordenações, apenas porque alguém acordou mal disposto… e lá sai um “ticketzinho” qualquer para lhes encher o ego! Para rir, se não fosse triste, a “estória” dos três montanhistas notificados para pagar 200 euros cada um por terem salvo outros tantos caminheiros perdidos no Gerês (beneficiando de um desconto de 25% a pronto pagamento)! São os excessos daqueles “mangas-de-alpaca” que vingam as suas frustrações e as suas infelicidades na satisfação e na felicidade do seu semelhante. E depois, e porque tudo daqui deriva, é frustrante que todos aqueles que deveriam reconhecer e tratar estes abcessos da democracia, também não tenham nascido nem para mandar nem para obedecer… Enfim:
- Seria higiénico, para aqueles que responsavelmente nasceram para obedecer, colocar algum travão a este doentio despotismo maquiavélico, que desacreditando instituições, desacredita uma sociedade e um País.
A partir do ano lectivo 2016/2017, o Ministério da Educação deixa de financiar novas turmas em colégios privados em zonas onde há escola pública. A tutela vai aplicar também a regra da limitação geográfica que obriga os alunos do básico e secundário a matricularem-se nas escolas da sua freguesia. A isto chama-se boa gestão dos dinheiros públicos face a interesses de privados… em gerirem-se com dinheiros públicos (sic)!
Se houver resposta no ensino público, não se entende todo este aguerrido “blá-blá” anedótico mais próprio de um Anastácio e de um Barata em jogo de futebol entre o Porto e o Sporting (sic)! Isto para desanuviar um pouco face à carga emocional que se está a colocar na “coisa”… a ver pela rapidez com que foram escritas as 50 mil cartas transportadas em 50 carrinhos de mão, pelas homílias morais e interesseiras da Igreja Católica, a grande beneficiária no momento (e a maior prejudicada no futuro) e pelo lugar no púlpito que Passos Coelho conseguiu com tudo isto, ele que tão apagadinho andava em matéria de ideias, de ditos e de mexericos, de imagem e de tempo de antena. E por fim, certinho como o destino, aparece sempre um Mário Nogueira a despertar ódios, paixões, ferros e bandarilhas… e desta vez a lembrar que nunca se esqueceu de pagar a segurança social (como se um funcionário público se esquece-se de pagar a segurança social)!
Caso todas estas alminhas tivessem uma pontinha de razão, deveriam, ao mesmo tempo que defendem os interesses deles, defender também que o Estado viesse compensar todos aqueles (pais e alunos) que nas suas áreas de residência se viram privados dos tais colégios (mas que os pagaram com impostos) não lhes restando outra alternativa senão o público. Enfim:
- Valha-nos a tão profícua discussão nacional sobre os dependuros da Carolina Patrocínio… mais o desaforo do “feijão-verde” de Cascais em ousar contra a “socialite” Bárbara Norton de Matos (sic)!
"As coisas estão terríveis aqui em Portugal, mas não tão terríveis como estavam há um par de anos. E a mesma coisa pode ser dita em relação à economia europeia como um todo", disse recentemente Paul Krugman, prémio Nobel da Economia em 2008. Uma análise cuidada, profunda e racional que só poderia vir de tão ilustre sumidade mundial… porque isto, vindo de um “pé-rapado”, daria qualquer coisa como “se o burro do meu vizinho não morresse, ainda hoje era vivo”! E depois, nem de propósito, no mesmo dia, aparece o Professor Marcelo a afirmar que “não se pode “passar o dia-a-dia a comparar números e a fazer avaliações e previsões”, recordando que ao longo deste mês haverá uma “série de juízos, nomeadamente da Comissão Europeia, em relação a Portugal”. E diz mais: “Vamos esperar por isso (pelos juízos), não vamos fazer o desporto, que é o desporto nacional que depois de em cada esquina ter havido um constitucionalista, agora em cada esquina há um constitucionalista/ economista”! Sim, é o mesmo Professor que todos os domingos nos brindava com o seu desporto favorito sobre os mais dispares temas da actualidade, fosse a baixa graduação dos vinhos de Porches, o número ideal de varetas de um guarda-chuva ou o efeito térmico da frigideira sob a barriga do sapo cururu (sic)!
Valha-nos Mota Soares e a sua coerência política-desportiva: depois de fazer parte de uma equipa que em uníssono sempre defendeu e praticou o aumento de impostos, como mezinha para todas as maleitas, apareceu agora a exigir à “geringonça” que os baixe (ISP) “porque está a haver um enorme custo para a economia e para as famílias”! Enfim:
Se perguntar-mos a todas estas almas, sem excepção, se o elefante voa, a resposta só poderá ser uma:
- Ele voar voa… mas muito, muito baixinho (sic)!
O Museu Nacional de Arte Antiga conseguiu angariar os 600 mil euros necessários para adquirir a Adoração dos Magos, de Domingos Sequeira. A pintura, que estava há 170 anos na posse da mesma família, vai poder agora ser exposta num museu, à vista de tudo e de todos! Depois da Campanha “Vamos pôr o Sequeira no lugar”, que para além de ter atingido o objectivo para que foi criada conseguiu ainda formar perto de 10 milhões de portugueses em Neoclassicismo e Romantismo (quais campanhas de novas oportunidades do Engenheiro Sócrates qual quê!), espera-se agora novas iniciativas do género de forma a que o zé-povinho se possa instruir, também, em Expressionismo, Fauvismo, Cubismo ou Pontilhísmo e deixe, de uma vez por todas, de estar tão centrado em temas como o futebol, o futebol…ou o Bruno de Carvalho e os problemas do futebol!
Apenas quatro portugueses, quatro(!), especialistas em Henri Rousseau e em “Naifismo” (desde as suas paixonetas de adolescente pela obra “The Sleeping Gypsy”), tentaram sabotar a dita campanha, arrazoando publicamente que, imagine-se, o Sequeira era um sem abrigo de Lisboa, o Sequeira era um emigrante longe da sua pátria mãe, o Sequeira era um funcionário do “Pingo Doce” despedido pelo Senhor Soares dos Santos… ou o Sequeira era o marido da D. Floripes do 10º.Esq. que viu as malas serem-lhe postas à porta por um desaguisado com a sogra (sic)! Afinal de contas todos eles também Sequeira e a precisarem de ser postos no seu lugar!
Asteísmos à parte, haja esperança, agora, depois de toda esta massiva e salutar adesão à causa da cultura, que alguém venha pôr o Imposto sobre os produtos petrolíferos no seu lugar! E porque não, também, o preço da energia no seu lugar! E porque não, também, os corruptos no seu lugar!
São só uns meros exemplos do muito que os portugueses poderiam pôr no seu lugar… se antes de tudo eles próprios os tivessem no lugar! Mas não!