Independentemente de o Governo da Nação ser de esquerda, ser de direita, ser do centro, ser do centro direita ou do centro esquerda ou do raio que os parta a todos, o certo é que vivemos numa indefinição completa desde o dia 4 de Outubro último e poucos ou ninguém parecem querer saber do destino que esta “coisa” leva… e entenda-se “coisa” como Portugal, País soberano com 836 anos de história! Certo, certo, é que temos uma Assembleia da República formada por 122 “geringonços” e por 104 “ressabiados” (segundo palavras vindas ora de um lado, ora do outro da barricada!) que passaram praticamente dois dias em debates teológicos muito idênticos aos de Constantinopla (sim, o do sexo dos anjos)! E perante este cenário surrealista, imagine-se o que é ter em Belém uma espécie de Dali (com o devido respeito a este), a quem parece senão interessar as manifestações de um certo pensamento liberto de toda a preocupação lógica, artística ou moral (sic)! E se de Figueras ou Cadaquês ainda emergia vida e criatividade (a rodos), ninguém espere que das Desertas ou da Ajuda surja o que quer que seja, para além de entediantes “estórias” de Cagarras e blá-blás sobre os Estatutos Político-Administrativos de algures!
Independentemente de tudo isto, o Zé-povinho lá vai cavalgando a “coisa”, sereno e sem fumaça, confiante que há sempre um amanhã que logo se vê, mesmo que esse amanhã nunca chegue, ou tarde a chegar, mas que ainda assim… logo se vê. Enfim:
- “Em Portugal, não há direita, não há esquerda, nem há centro. Há sim um grupo de salafrários, que se alternam nos governos, para ver quem rouba mais.”… disse um dia José Saramago (talvez nunca imaginando que a sua cor clubista viesse um dia a jogar na liga dos grandes)!
Mas é por tudo isto que “Eu gosto desta terra. Nós somos feios, pequenos, estúpidos, mas eu gosto disto.”
Se Portugal e os Portugueses estivessem primeiro, os números de 4 de Outubro último deveriam ser interpretados não apenas como uma vitória da Coligação, mas também como uma derrota (olhando para os 738.754 votos perdidos em relação a 2011) de Passos Coelho e de Paulo Portas. E sendo assim, com um Governo minoritário no Parlamento, porque não estas alminhas não terem entendido isto não só como um cartão amarelo ao PSD e ao CDS… mas também como um cartão vermelho a eles próprios?
Por incrível que pareça, o Zé-povinho até se foi resignando ás duríssimas medidas de austeridade apresentadas ao longo da última legislatura!
Estranhamente, quiçá induzido pelos comprimidos do Futre (agora com dupla potência) o motor de arranque económico começou a querer pegar no sector imobiliário, no sector automóvel… e até no pequeno “sex-shop” lá do bairro!
Apesar de tantos cortes, dizia-se que a taxa de poupança também estava a dar sinais da sua graça (ou da sua da desgraça, sabe-se lá)!
O Nordeste Brasileiro, as Caraíbas e Cabo Verde (seguindo o exemplo dos chocolates do Ambrósio), começaram a ter novamente procura no seu tempo próprio, ou por confiança ou por desconfiança no repentino e estranho desejo de requinte da “patroa” (sic)!
Enfim:
- Face ao abstracto quadro com que o País se confronta, fossem eles (Coelho e Portas) verdadeiros políticos, estadistas, ou que lhe queiram chamar e poderiam muito bem ter dado o golpe de misericórdia a Costa, fazendo-se afastar e nomeando para Primeiro-Ministro e Vice Primeiro-Ministro, dois outros nomes de peso dos seus respectivos Partidos (que julgo havê-los)… mais credíveis, menos arrogantes, mais dialogantes e menos entediantes! Isto, se Portugal e os Portugueses estivessem primeiro!