Depois de mais uma prova de vida dada pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República (o longo Conselho de Estado da última quinta-feira), os cidadãos, as instituições e a restante maralha, podem continuar entretidos/as na infinita tarefa de construir com régua e compasso um quadrado com a mesma área de um círculo (sic)! Por outras palavras (as usadas no comunicado do Conselho), os cidadãos, as instituições e a restante maralha, podem continuar entretidos/as a construir “as condições necessárias para que o País, nesta nova fase da vida nacional, consiga superar o desafio do crescimento económico e do emprego sustentável, com preservação da coesão e da justiça social, com sustentabilidade das finanças públicas e equilíbrio das contas externas e com inversão da actual tendência demográfica”. Depois de 40 anos a ouvir este repetitivo, inócuo e inconsequente “blá-blá”, quase apetece parafrasear Emanuel Swedenborg quando afirmou, no longínquo ano de 1769, que a construção da quadratura do círculo (a exemplo da pretendida “construção” dos conselheiros), por requerer um número infinito de etapas, apenas poderia ser feita por Deus… que é infinito!
Assim, também os portugueses (depois dos mil e um falhanços dos políticos e dos partidos, dos governos e dos governantes e de toda a demais tralha que orbita em torno do “pote”) se deveriam virar definitivamente para a Cova de Iria, porque sem esperança, sem um horizonte de luz e fartos da “camalionice” terrena, só uma entidade infinita como a Senhora poderá desfazer o problema mais que geométrico que os consome (sic)!
Da minha parte, saturado que estou com a resolução da quadratura do círculo e porque não crente em divindades celestes, decidi partir para outra! A Trissecção do Ângulo (sic)!