Eu não fui às mercearias do Senhor Soares, no dia 1 de Maio, e sinceramente, porque sem qualquer “dor de corno”, também não critico os que nessa data visitaram as ditas do citado! Por certo foram os mesmos simplórios, pacóvios, que protagonizaram aquele tristemente célebre episódio, penoso e ruinoso da “estória” nacional, o Euro/2004, onde idêntica labreguice colectiva tuga encheu de “bandeirinhas“ janelas, automóveis, varandas e marquises de alumínio! Os “led’s” da televisão transmitiram o “cliché” de um país que continua a viver em degradação evidente! Milhares de pessoas invadindo grandes superfícies comerciais! Confusão, incidentes, pancadaria, polícia de choque, prateleiras vazias, “saque” de produtos. Portugal pareceu viver meia dúzia de horas em período de pré-guerra, sismo, tornado ou tsunami capaz de fazer “inveja” ao povaréu de Banda Ache ou àquele outro da costa nordeste do Japão! Ou então (mais certo?) quis dar na realidade a imagem desnuda do seu verdadeiro terceiro mundismo que todos os dias alguns vão tentando, a custo, vestir. Imagine-se que amanhã o Engenheiro Belmiro decide fazer promoções de 80% nas suas mercearias? Está no seu direito como o Senhor Soares esteve no seu e sendo assim cabe a todos nós (simplórios pacóvios?) ter o discernimento necessário para saber que ao embarcar nestes aparentemente bem-aventurados “caprichos” estamos a gastar muito mais dinheiro do aquele que precisaríamos gastar, a contribuir para entrar em períodos de enorme frustração por não poder voltar a comprar produtos que agora compramos... e que mais cedo ou mais tarde lá teremos de voltar à “Dica” e ao desenrasca das receitas do Chefe Hernâni. Enfim: depois de muitos se consolarem, por uns dias, com apetecíveis doces pingos, vai ser penoso, mesmo, vê-los regressar, irremediavelmente, às “dietas” à base de aspártamo (sic). Mas pronto, consolaram-se... ainda que por instantes.