Quando o arrazoado que antecede a parte principal de um texto ou de uma obra literária se transforma no foco central das luzes da ribalta, é prova mais do que evidente que o seu autor (porque conhecedor da mediocridade da sua posterior escrita?) apenas quer vender gato por lebre a um qualquer incauto leitor! Mas quando muitos desses leitores, estes bem mais acautelados e prudentes, como jornalistas, comentadores, paineleiros, “residentes” e outros assumidos fazedores de opinião, alinham em publicitar até à exaustão tão pobre, desinteressante e deslocado exercício de escrita (o antelóquio), então a “cousa” extrapola já para uma outra dimensão, que é a da existência real de uma sociedade estéril e definhada, onde à falta de noticiário se opta por fazer notícia da não notícia e onde à falta de casos se aproveitam os acasos do ocaso. Isto é mais ou menos como dissertar (bem ou mal, pouco ou nada interessa) sobre a muita chuva que caiu no ano transacto, sabendo à partida que isso em nada alterará o extenso e preocupante período de seca em que o País, hoje, está mergulhado! Enfim! A rir com tudo isto deve estar o visado “infiel” apontado pela pena do vingativo escriba! Na “longínqua” e chiquérrima Paris do “16º. Bairro”, entre diplomatas, herdeiros de imensas fortunas, filhos de papás príncipes e outros que da lei da mesquinhez e das conversas de comadres ao soalheiro se libertaram, o visado, que ficará registado para a história, quiçá, por muitas outras bem mais trágicas e marcantes decisões, ao ler o que sobre ele se escreveu por certo terá fechado despreocupadamente o jornal e saboreado calmamente um “Grand Marnier”, no “Café de Flore”, ali mesmo em Saint-Germain-des-Pré, rumando de seguida à obrigatória “Brasserie Lipp” para degustar uma “terrine de campagne” e um “mille-feuilles au baba au rhum”... indiferente à pequenez e à pobreza de espírito da “pateguisse” tuga (sic)!