Tão culpado foi o que foi à vinha como aquele que ficou à porta e sendo assim Pedro Passos Coelho também teve a sua quota parte na primeira derrota política que recebeu. Sabendo de antemão que Fernando Nobre (à não muito tempo) havia afirmado, preto no branco e sem espinhas, que "partidos políticos nem pensar, nunca" ou "não peço nada, nunca pedi, por isso eu não aceitarei nenhum cargo partidário nem governativo", só a ingenuidade e a inexperiência política do agora primeiro-ministro poderá ter justificado a inoportuna escolha em que se saldou a sua decisão, porque como qualquer mortal sabe à ganhar e à perder... e perder com um "vira-casacas" não é o mesmo que perder com um outro qualquer cidadão, mesmo anónimo que seja, mas que por principio sempre manteve uma certa verticalidade! Mas pronto: isto vale o que vale e perante os tempos que menos mal se vão vivendo e os tempos mesmo maus que se vão viver, não será por causa desta "nódoa" (Nobre, de nome) que o currículo de Passos irá ficar manchado, antes pelo contrário: que esta "coisa" tenha servido de exemplo (para memória futura) a este tão desejado D.Sebastião (de Massamá). E depois, bem: se para além da humilhação que a pobreza do acto causou a Fernando Nobre e da vergonha que a "loucura do dito terá provocado, incontornavelmente, no Presidente da AMI, foi o mesmo exemplo do excessivo número de deputados existentes naquela Assembleia, porque ver duzentos e tal deputados, pagos a peso de ouro face à realidade económica e financeira do País, sujeitarem-se durante um dia inteiro à discussão inconsequente do "sexo dos anjos" como se mais nada de importante houvesse para discutir, tratar e resolver, sinceramente é demais. Por certo, o País espera que deste "pequeno" acidente de percurso saia uma viagem bem superior às expectativas criadas em torno da “passeata”! “Portugal não pode falhar e sei que não falhará”. Esperamos que sim!
Foi uma vergonha aqueles "manjericos" do Centro de Estudos Judiciários terem sido apanhados a copiar durante o seu exame de admissão! Vergonha não tanto no sentido do acto em si, porque afinal de contas isso faz parte da cultura portuguesa (o tão nosso "chico-espertismo", saloio, marialva), mas pelo facto de entre os mais perfumados dos "manjericos" não ter existido a capacidade e o discernimento para colocar em prática a experiência adquirida durante o desenrolar de toda uma inolvidável vida de estudante, isto é... a arte de bem copiar! Mas pronto: tiveram azar e como um azar nunca vem só foi ver-lhes cair em cima toda uma sociedade desocupada de outros assuntos bem mais importantes, aparentando ser séria (imagine-se) e por isso mesmo com uma disponibilidade infinita para se dar ao trabalho de passar horas a fio a opinar uma infinidade de bitaites de "lana-caprina" que, se espremidos, não deitariam uma gota que fosse da mais pura lanolina (sic)! Enfim: se foi para isto que se mudou de Governo, para desvirtualizar aquilo que de melhor temos, mais-valia termos ficado como estávamos... mas pronto. Ironias pelo "Trancão" abaixo o que é que o gesto destes indivíduos tem de diferente do gesto de milhares de portugueses que, copiando outros tantos, enganam descaradamente o fisco ou a segurança social, por exemplo, ou dos políticos de hoje que copiando os de ontem nos enganam amanhã? Embora concordando-se com as palavras do Dr. Marinho Pinto de que "os burlões que forem apanhados a copiar deveriam ser expulsos", cedo se conclui que tal atitude não teria viabilidade uma vez que o País se transformaria todo ele numa espécie de margem sul, árido e desértico (sic)! Assim, entre a realidade da "coisa", feia, porca e má (é inegável) e a ficção do Bastonário, que se "lixe" o "copy-paste"... desde que ele não desvirtue por aí além a nossa santa e repimpada vidinha (sic)!
Num País onde em relação à Lei se ouvem constantemente frases do tipo "esta é a minha interpretação", "salvo melhor opinião", "no espírito do Legislador estaria este ou aquele fim, mas...” ou, entre mil e uma interpretações possíveis, "o Legislador foi omisso, propositadamente, no que a isso diz respeito", o seu dia-a-dia só pode ser imbuído de irresponsabilidade, injustiça e incapacidade para afirmar o que quer que seja. E perante esta dura e crua realidade, apetece perguntar quem serão os "loucos" que terão Portugal como destino para grandes e significativos investimentos, por exemplo. A recente "estória" da magistrada do Ministério Público que por descuido acarinhou em demasia o álcool é disso um bom exemplo. Para além de não ser nada agradável ver uma senhora conduzir o seu automóvel com 3,08 gramas de "shell" no sangue, muito menos agradável é saber-se o que essa senhora representa... e não ter sabido estar à altura de assumir o "azar" que lhe bateu à porta! Ao invés de se redimir da "coisa" cumprindo a pena aplicada ao comum do cidadão (apresentar-se em Tribunal no dia imediato à sua "detenção") optou por seguir o parecer que um colega seu emitiu e que considerava a detenção ilegal, talvez porque essa foi a sua interpretação da Lei (salvo melhor opinião, é claro)! Sendo assim, o castigo que poderia chegar a um ano de prisão, resumiu-se a dois ou três "guronsan's", à instauração de um processo disciplinar (para português ver, como é habitual) e a mais um amontoado de papelada a arrastar-se até às "calendas" no Tribunal da Relação da capital! Enfim: salvo melhor opinião, esta é a minha interpretação, muito embora no espírito do legislador estivesse e esteja outro fim mas, segundo o parecer de prestigiado doutor cá do burgo, o Legislador foi omisso, propositadamente, no que ao facto presente diz respeito" (sic)! Pois!
Quando se deixa de ouvir quem fala...
...indiferente é o momento em que cala!