Admiração não foi António Capucho, Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes ou Luís Filipe Menezes terem recusado o convite de Passos Coelho para integrarem as listas de candidatos a deputados nas eleições de 5 de Junho próximo! Admiração foi, antes, o facto de Pedro Passos Coelho não ter apresentado ao País um renovado quadro de nomes capazes de surpreender os portugueses e deixá-los com a vontade de acompanharem a "coisa" política com o interesse que a mesma merece. Por certo também foi este ponto de vista que esteve na origem do declinar do convite por parte dos citados e eloquentes "tribunos"... porque conhecedores profundos de uma certa saturação do "Zé-povinho" pelos habituais "especialistas" nas ciências governativas da nação (e que de tão experientes, sabem quando devem ficar na sombra)! E depois destas "negas" (e como um mal nunca vem só) surgiu a injustificável e triste novela Fernando Nobre! Enfim: o eterno "Jota", na ânsia de minimizar a celebração do "culto" socialista na "capelinha" de Matosinhos, sempre poderia ter optado por engolir espadas, cuspir fogo ou apresentar, como seria o esperado, o Programa de um futuro Governo Social-democrata, quiçá na "Praia do Homem do Leme"! Poder, podia, mas por falta de coragem para lidar com objectos cortantes, de jeito para cuspir labaredas e de tempo e experiência para o mais importante, o facto é que não o fez... e como não o fez caiu no gasto truque de tentar tirar coelhos da cartola, esquecendo por completo que os portugueses estão de tal maneira fartos de tantos e bons ilusionistas que não era agora um iniciado na matéria que os levaria a empolgar com o que quer que fosse. E assim, ou o homem (e o cada vez menos PSD que está com ele) mostra uma certa estabilidade emocional e postura de estado ou a mítica Fénix de Vilar de Maçada voltará a levantar voo para novos e conturbados destinos!
Com quase todos os "manda-chuva" achacados pelo que em psiquiatria se designa por doença bipolar, face às nítidas perturbações de humor que alternam entre o estado depressivo e a excitação eufórica, é natural que o sério e cumpridor "mexilhão" (essa espécie quase em extinção) se interrogue sobre a capacidade de todas estas almas virem a gerir o que quer que seja... mesmo depois da megalómana pipa de massa que o FMI vai injectar na nação! Ou os credores os põem em rigorosíssimo sentido fustigando-os com umas incisivas carícias de "pau-de-marmeleiro" ou então tudo voltará, em pouquíssimo tempo, à já tão familiarizada estaca zero! Uma vez que o problema de Portugal não é de dinheiro é de mentalidades, é indiferente que "isto" vá ou não para eleições no próximo mês de Junho e que desse acto saia uma "confraria" maioritária ou minoritária, porque pelo andar da carruagem vai continuar a não se saber qual é o destino concreto que todas as superiores "eminências" querem para o País e mesmo conhecendo-o (aleluia!), qual o caminho que pretenderiam trilhar para o atingir. Teimar em fazer-se desta "coisa" uma espécie de carrossel ou pista de carrinhos de choque é continuar a adiar para as calendas gregas o encontrar de uma solução que tire Portugal do limitado espaço e do circular movimento em que as ditas "distracções" se movem. No entanto, apesar de todo este desnorte, certo parece ser o entranhado vício em gastar uns quantos "cobres" na ilusória "barraquinha de tiro" ou na "roulotte" das oleosas farturas (ás quais todo o mal se perdoa pelo bem que sabem)... depois de saltada a vedação desta "Feira Popular" e do rir, escarnicado, nas costas do pobre e honrado bilheteiro! É assim, no reino da folia... até ao dia em que a folia acabará mesmo com o reino.
Os espectáculos circenses sazonais sobre os assuntos do "fogo" aí estão no seu melhor, despoletados que foram pelos rumores de que o Governo também vai cortar na verba destinada ao programa das "festividades" que se aproximam! Enquanto o pau foi no ar e as costas foram folgando, todos, sem excepção, aproveitaram a mama estatal... agora que os cortes e as poupanças também vão começar a bater à porta das "comissões de festas" é que parecem saltar para a ribalta (por inveja dos seus pares, só pode) os ordenados pagos aos "sacrificados" administradores da até aqui discretíssima EMA - Empresa de Meios Aéreos (sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos) e toda a restante "desbunda" que parece lhe estar associada desde a sua criação em 2007 (numa decisão de Sócrates, é claro, suportada nas conclusões de uma importante comissão especial de sábios para o estudo de meios aéreos de combate aos incêndios florestais)! "Amendoins" à parte, em 2005 os portugueses gastaram, ou queimaram, em "pinónis" e outros apêndices 36,6 milhões de euros! Cinco anos depois, em 2010, foram 103 milhões de euros! Será que não houve ninguém, face a toda esta megalomania gastadora de origem quase criminosa, como quase todos os incêndios florestais, que tenha metido a mão na consciência e se interrogasse sobre os custos pornográficos desta "máquina" incineradora de dinheiros públicos? Que fizesse uma reavaliação do seu custo-benefício? Parece que sim! Alguém, embora no seu abside do afélio (sic), ainda aflorou o tema no encerramento da última temporada oficial quando disse "não sei se é ajustado ao país dispor de tantos meios aéreos" (caiu bem, sim senhor)... mas a "coisa" ficou por aí e seguiu para "bingo"! Agora... agora que recebam o prémio, porque com o País reduzido a cinzas, não será por mais ou menos "ignição" que o gato irá às filhoses!
Sempre que aparece um qualquer novo "baile" sobre o mais mirabolante tema que não lembraria aos "céus", os portugueses sabem, de imediato e sem grande esforço, quem são os "bailadores" e as "bailadeiras" que a partir desse despoletar vão integrar a sempre longuíssima "exibição" que irá preencher as primeiras páginas dos jornais e os horários nobres das televisões. Por um lado, ainda bem que assim é: dá uma certa estabilidade ao País saber que tem estas "coisas" controladas (tipo Quinta da Bela Vista ou Cova da Moura) ao conhecer os rostos de uns e de outros e sabendo de antemão que as residuais ramificações que possam existir a partir destes se resumem a dois ou três inocentes e cândidos "mangas-de-alpaca"... "amigos(?)" dos seus "amigos(?)" e pactualmente fidelizados, por uma "miopia" intelectual, ao ser "superior" que deles fez importante "plasticina"! O que se vê, na actualidade, nos processos "dançantes" que vão decorrendo nos palcos dos arraiais da justiça, é um orgástico dar de mãos entre uns e outros, todos virados para o centro do seu círculo, deixando evoluir a "roda" no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio (explicando-se com isto a longa duração de tais "dance partys", que não se transformam em eternas tão só pelo poder de prescrição que a quase todas elas a lei acaba por aplicar). Pontualmente, quando as "cornetas" da comunicação social amplificam um pouco mais a "coisa" e os decibéis passam das marcas minimamente aceitáveis pela "tribo", é vê-los parar momentaneamente e bater as palmas energicamente para ofuscarem com o gesto os ecos que chegam à sociedade. São "bailes" e "bailes", todos diferentes (todos iguais!), que comungam do facto de se dançarem à volta de uma roda entre uma restrita e elitista dúzia de "dançarinos" (os tais... sobejamente conhecidos)! Enfim: Siga o baile, o "Baile de Roda"... favorecedor da "fertilidade" económica e social (de alguns)!