O Presidente da República afirmou que a rapidez com que a crise política evoluiu, "reduziu substancialmente" a sua margem de manobra para actuar preventivamente e que iria recolher, entretanto, o máximo de informação para tomar as decisões que considerasse serem as melhores para o País! Quando se age desta forma face a um desfecho que era mais que evidente aos olhos de todos, imagine-se o que se poderia esperar do Chefe Supremo das Forças Armadas caso o País fosse atacado... sem que a força invasora informasse detalhadamente e com considerável antecedência as operações a realizar (sic)! Com uma Casa Civil que mantém intacta quase toda a estrutura do anterior mandato, apetece perguntar qual é a utilidade de tão espampanante e consumista "engrenagem"! Entre os "mil e um" chefes disto e daquilo, assessores e secretários de assessores, consultores e seus "braços direitos" e mais umas quantas "novas oportunidades", é inconcebível que ninguém tenha chamado a atenção de Sua Excelência para o despoletar da "coisa" e tendo acontecido, que ninguém o tivesse aconselhado a agir num momento em que, mais do que nunca, era necessário decidir. Ou então... bem, todos eles cumpriram "religiosamente" a função para a qual estavam incumbidos e foi o Senhor Professor que fez orelhas moucas aos sinais de preocupação de toda aquela "troupe", ocupado que estava com assuntos bem mais importantes! De uma forma ou de outra o certo é que ficou bem patente a inutilidade que é tal umbilicista instituição e a sua sazonal contribuição para o descrédito da ciência do governo desta nação. Numa altura em que se pedem cada vez mais sacrifícios aos mesmos de sempre, será necessário continuar a pagar a tantos "especialistas" e "sábios" para, afinal, o Presidente da República vir alegar o que alegou?
Há "meia dúzia" de anos o actual Governo assinou contratos de parcerias público privadas no valor de milhões e milhões de euros a amortizar numa infinidade de tempo! Numa altura em que a dívida do Estado se cifrava já em valores pornográficos, que fariam qualquer "alminha" com juízo corar de vergonha... ninguém quis saber! Hoje, essa dívida continua a crescer descontroladamente e o Produto Interno Bruto virou "peanuts", face ao absurdo de tais números! Logicamente os mercados financeiros que nos emprestam dinheiro são conhecedores de toda esta grande cegada e conhecendo eles de "ginjeira" tal grupo de "mascarilhas" que mais poderão querer saber para não nos cobrarem os cada vez mais elevados juros que nos cobram? Não produzindo praticamente nada de nada, não vendendo para o exterior outro tanto e alimentando, teimosamente, a "costela de rico" da qual, afinal, todos temos um quinhão, de pouco ou nada interessa que no "poleiro" de S.Bento esteja Sócrates, Passos Coelho, Portas, Louça ou Jerónimo de Sousa... ou que em Belém esteja quem está ou estivesse José Manuel Coelho (sic)! Partilhando um pouco da sadia "loucura" trazida para a espuma dos dias por este último, talvez isto ainda lá fosse com umas exportações maciças de tubos de Pasta Medicinal "Couto", garrafas de "Licor Beirão" ou Sabonetes "Ach.Brito", porque uma coisa é certa: a vender ilusões é que não vamos a lado nenhum e o naipe de "duques" e "valetes" que o País tem disponíveis para alterar o rumo da história estão esgotados. Assim, pouco mais resta se não esperar que do seio de tão brilhante, convencida, insatisfeita e soberba "geração (à) rasca" surja um jovem Sebastião que faça esquecer a tão longínqua e fatídica manhã de nevoeiro!
Com o regresso de Cavaco Silva à cena política nacional, depois de uma aparente ausência do País (sic), quase apetece dizer que as suas "primeiras" palavras pouco mais foram que nada... apenas e só porque o homem não disse o que realmente sabe, nem soube lá muito bem o que acabou por dizer! O discurso de posse, que pretendia ser uma pedrada no charco político nacional, acabou por se esfumar sem consequências aparentes sobre nada e ninguém, ficando tão só para a história "pérolas" como as de lamentar que "muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático" (sic)! Mas afinal por onde andou o senhor professor entre os anos de 1985 a 1995 e 2006 a 2011? Este tipo de tirada talvez fosse mais próprio de um José Manuel Coelho (o único candidato ausente da "importantezeca" cerimónia protocolar) ou de um Fernando Nobre e nunca do actual inquilino de Belém... um dos tais que parece não conhecer minimamente o país real nem o país virtual! Conhece o mediático porque esse é o País da sua eleição, o que lhe satisfaz plenamente o voraz apetite do seu ego! Enfim: as acções ficam sempre com quem as faz e com Aníbal Cavaco Silva ficarão nomeadamente as de dizer que faz quando nada faz ou de aparentar que as faz quando apenas as insinua! Admira, apesar de tudo isto, é que tantos influentes "opinion-maker", creditados paineleiros e outros aspirantes à "coisa" ainda se ericem intemporalmente com estas e outras comicidades protagonizadas por estes políticos à rasca. Mas pronto: nem tudo foi mau na intervenção do Senhor Presidente da República! A dicção melhorou imenso e sentiram-se já os primeiros efeitos consequentes disso mesmo... manifestados num deficit visível de perdigotos lançados para o vazio e na ausência da inestética saliva nos cantos da boca! Valha-nos isso!
A cidade de Mangualde (no Distrito de Viseu) vai acolher a segunda praia artificial do mundo (a outra é a "Miyazaki Ocean Dome" no Japão)! O megalómano "deslumbramento" do recinto "LiveBeach" de Azurara, de 23 mil metros quadrados (a inaugurar em Julho de 2011), será composto (dizem) por uma piscina de água salgada, areal com dois bares temáticos, um vendedor de "bolas de Berlim", dezenas de coqueiros, paisagens virtuais, praça de restauração, "playground" infantil, zona de tasquinhas e animado por múltiplos concertos musicais, diurnos e nocturnos (a funcionar até às 6 horas da manhã durante 3 meses do ano). Tudo isto, acredita-se, irá contrariar a morte lenta de um desmotivado, desenraizado, descapitalizado e desertificado interior geográfico nacional (pelo menos durante 90 dias)! Ou os "deuses" estão loucos... ou a loucura está sorrateiramente a tomar conta de uns tantos que se pensam deuses, tamanho o despropósito aparente da "coisa"! Mas não: os "deuses" não estão loucos e toda esta urdidura, a fazer lembrar um primeiro de Abril de um qualquer ano da graça, mais não é que uma oportuna orquestração séria e bem engendrada de uma gigantesca campanha de marketing surpresa que, alicerçada numa quase utopia, catapulta para a realidade a "venda" da marca Mangualde e consequentemente de todos os riquíssimos produtos únicos que lhe estão adjacentes, sejam os gastronómicos, vinícolas, artesanais, termais ou monumentais e que tão desprezados, maltratados e esquecidos tem sido. Só por este prisma se pode entender o que à primeira vista, nos tempos que correm, é pura megalomania! A não ser assim... bem: foram descobertas jazidas de petróleo em Lobelhe do Mato, Santiago de Cassurrães e Alcafache e então também nada admirará que a seguir seja anunciada a construção do Autódromo Internacional da Mesquitela, o "Guggenheim Museum" de Travanca de Tavares ou o "Madame Tussaut" da Freixiosa (sic)! Enfim: é carnaval...