Aqueles que se manifestam contra o pagamento de portagens nas denominadas SCUT's (auto-estradas sem custo para "meia-dúzia" de utilizadores... mas pagas por todos) deveriam ir residir para um dos Concelhos das faldas da Estrela, onde há muito se anseia por uma ligação condigna a um dos principais eixos rodoviários nacionais! É que, para além de ajudarem a dinamizar um interior cada vez mais castigado e isolado, também iriam sentir (na pele e na carteira) o que é, entre muitos outros famigerados "défices", não ter vias de comunicação minimamente aceitáveis e onde as tão badaladas alternativas se jogam, invariavelmente, entre as péssimas estradas e os sinuosos "caminhos de cabras"! E depois desta "aterradora" experiência vivida em pleno século XXI, seria de acreditar que as "confrarias" e "capelinhas" dos descontentes com a medida governamental (que peca, unicamente, do vicio do adiamento de que há muito padece), acabassem discretamente com as suas constantes marchas lentas e vigílias (estas sim muito mais dispendiosas que as taxas cobradas pela utilização das estruturas rodoviárias que não querem pagar) e arrumassem de vez as "vuvuzelas" movidas a ar comprimido, ganhando com isso, também, uma enorme "pipa de massa" se contabilizadas as consultas de Otorrino que se evitavam (sic)! E mesmo para aquelas "mercearias" que a nível individual aparecem com o "choradinho" do aumento diário de mais meia dúzia de euros em despesas de transporte, incomportáveis para a sua sobrevivência, dizem, surge aqui o incentivo (se nisso houver vontade) para finalmente se transformarem em empresas com o mínimo de viabilidade! Enfim: apreciados os prós e contras, o ganho que daqui advém para todos é de longe superior às perdas que alguns querem fazer crer, daí a urgentíssima implementação da "coisa"… seja com "chips", vias verdes ou desempregados como "portageiros" (enquanto usufrutuários do subsídio de desemprego)!
Num recente debate televisivo sobre a situação económica e financeira do País, o representante do Bloco de Esquerda não gostou de ouvir o seu colega Social Democrata afirmar que os desempregados que usufruem do respectivo Subsídio poderiam prestar (dentro da sua área de formação) graciosos serviços à comunidade! Aparentemente não viria daí grande mal para ninguém que num período difícil como aquele que o País, a Europa e o Mundo, estão a atravessar, a natural reciprocidade altruísta dos seus cidadãos fosse ainda mais sensibilizada e reforçada por aqueles que tem (ou pelos vistos deveriam ter) uma certa responsabilidade na melhor gestão da "coisa" comum. Mas para o Bloco... nem de perto nem de longe deverá ser assim! Para o Bloco, o facto do cidadão ter descontado durante um determinado período de tempo para o respectivo Fundo de Desemprego, confere-lhe o direito de usufruir do natural Subsídio na maior das suas plenitudes e de preferência (não o disseram mas devem-no congeminar em surdina) até ao completo términos do mesmo (mesmo que por um azar do destino um qualquer "reaccionário" patrão lhe proponha ir trabalhar para a sua empresa). Da mesma forma e usando-se da ironia para desanuviar um pouco o astral, deve ser naturalíssimo para os Bloquistas que um trabalhador que sempre descontou para a ADSE ou para a Segurança Social e nunca dos "serviços" destas entidades beneficiou em todo o desenrolar da sua vida activa, possa exigir no final da mesma um internamento num hospital público em regime de pensão completa superior, meia dúzia de intervenções cirúrgicas (por causa das dúvidas) e mais umas quantas transfusões sanguíneas… não vão os ricaços dos Gestores ficaram-se a rir com os milhares de euros que lá foram amealhados! Enfim: haja pachorra para estas "almas"!
"Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável"... disse o Presidente da República no seu discurso do Dia do “Coiso”, das Medalhas e dos Salamaleques! De imediato e confrontado com tal citação, o Primeiro-Ministro (eriçado) ripostou objectivamente: "Nós não estamos numa situação insustentável"! Perante esta dicotomia de "abébias" desconcertadas vindas dos mais altos iluminados da nação, o “Zé-Povinho” respirou fundo e encheu-se de felicidade (!): afinal, o expressivo País do "mais ou menos" e onde nada está "nem quente nem frio", apesar da tão propalada crise económica, financeira e de identidade, continua igual a si próprio, isto é, continua a não ser "nem carne, nem peixe"! Ao invés de quase se orgulhar, ou orgulhar mesmo, desta sua histórica indefinição sobre a "linha dietética" a seguir, melhor seria, antes, eleger de uma vez um sério e metódico regime alimentar e seguir religiosamente o cumprimento do mesmo, com o objectivo de aumentar o peso da produtividade, a massa da competitividade e a redução da megalómana obesidade "abdominal" do Estado! Mas... enquanto não surge do nevoeiro um credível especialista em "nutrição" política, entretém-se, candidamente, a apreciar o olhar sobranceiro que os do costume vão lançando sobre a falida “casta” pagante e a refinada forma como, ao mesmo tempo, orientam as suas “vidaças” com as mais elaboradas ementas "gourmet" (já foi assim no passado, é assim no presente e nada nos diz, infelizmente, que venha a ser diferente no futuro). Enfim: foi mais um dia "porreiro, pá" na vida de um falido País que vive, tão só, da disponibilidade financeira de terceiros e que mesmo assim, desavergonhadamente, continua a querer afirmar a sua independência através de magnificentes sessões solenes, empoladas paradas militares e ridículas iniciativas ditas inovadoras, como foi aquela de colocar respeitosos ex-combatentes (de muletas, em cadeiras de rodas e ao pé coxinho) a desfilar em acelerada marcha de combate (sic)!
A decisão do Governo adiar a "Fase Bravo" do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (decisão muito oportuna face às condições climatéricas nada propícias à prática radical da piromania) que deveria ter inicio a 15 de Maio último, parece não ter caído bem no seio de muitas corporações de bombeiros do País! Algumas delas, as 28 do Distrito de Santarém, por exemplo, numa atitude um tanto ou quanto incompreensível, amuaram e resolveram adiar “sine dia” a nova data da tutela (1 de Junho). Perante tal "birra" é natural que o comum cidadão congemine cenários e se interrogue sobre os interesses que estão na face menos visível do negócio das labaredas... a começar pelo facto de que, para o mesmo existir, entre outros factores de menor importância, são precisas labaredas, ou a presunção de as mesmas virem a acontecer (é como no Tango... onde são necessários dois para o dançar!). Se as condições climatéricas, como a todos foi dado a ver, originaram um risco mínimo de criar "ignições" e consequentes "combustões", seria normal existir no íntimo de todos aqueles que se preocupam com o flagelo do fogo florestal, uma enorme satisfação pelo facto de a natureza, desinteressadamente, preservar uma riqueza que é de todos. Pelo menos deve ser essa a reacção normal do cidadão... em contraponto com a menos normal assumida pelos diversos intervenientes na "coisa" em questão! Mas enfim: no meio de tudo isto à que reconhecer o estóico e sublime trabalho dos Voluntários (e destaque-se a palavra voluntários) que no terreno dão o corpo ao manifesto (e que por certo não se revêem nestas periféricas "queimadas" de capelinha)... e fazer figas para que as condições meteorológicas próximas, ao manterem uma certa humidade no ar, reduzam toda a pomposa Fase Charlie (que decorrerá de Julho a Setembro) e todos os inerentes gastos que lhe estão adjacentes (sic)!