Ao invés de, cinicamente, a casta mais elevada da Nação fazer o nítido frete de continuar (na Assembleia da República) a cumprir as "cinzentonas", inconsequentes e já ridículas comemorações de uma "coisa" que já pouco nada diz ao comum do cidadão (e já "São mais de três milhões os portugueses que não possuem qualquer recordação do que foi o 25 de Abril de 1974 porque, pura e simplesmente, não tinham nascido na altura.") recordou o Presidente da República, melhor seria que, por uma questão de respeito por todos aqueles que imbuídos numa virginal dose de seriedade e convicção tomaram sobre si a "poética" revolução do cravo, se acabasse com todos estes dispendiosos números circenses e se implementasse de uma vez o verdadeiro espírito da "coisa" nos 365 dias do ano. Mas não, e como não as desigualdades sociais vão aumentando em flecha ao lado de mil e um casos de riquezas imerecidas, quantas vezes adquiridas por meios nem sempre claros mas invariavelmente protegidos pela intimidade familiar das "casas" onde se deveria administrar a justiça. Assim, mais uma vez ficou patente nas últimas comemorações o facto pelo qual Portugal está como está: a "meia dúzia" de iluminados que desde 1974 ainda teimam em se arrastar por tais palcos da ribalta e as muitas centenas de outros que de uma forma quase dinástica vão substituindo aqueles que deixaram de ter pedalada (por reumatismos e artroses) para andarem nestas sarabandas, lá se entreteram com os discursos de palavras gastas e fedentes num completo esquecimento pela realidade vivida pela razão de ser da sua existência: o Zé-Povinho! Enfim: "Devemos ensinar-lhes o que custou conquistar a liberdade e que a defesa da liberdade deve ser um princípio de acção para os agentes políticos e para todos os cidadãos", defendeu ainda o Presidente da República! Pena é que ninguém ensine o que quer que seja (já nem a escrever, sequer!) e que a defesa da liberdade se veja cada vez mais privada de uma certa liberdade para a defender. Mas pronto: foi mais um dia porreiro, pá!
Aquela que está na génese de todas as organizações e empresas (inclusive dos Estados), apesar de se dizer perseguida e injustiçada face à catadupa de acusações sobre a prática de pedofilia no seu seio, continua a não dar mostras de padecer, minimamente, das consequências da crise económica e financeira da qual a maioria das suas congéneres mundiais padece. Talvez daí o seu CEO (Chief Executive Officer) se mostrar invariavelmente receptivo em reunir (ou mandar reunir, preferencialmente) com as vítimas alvo de tão mórbidas mentes, principalmente daquelas consideradas como os "casos mais graves"... como se a pedofilia em si não fosse toda ela grave para os responsáveis da cidade-estado surgida do "Tratado de Latrão", mas enfim! Sem apertos de tesouraria, o que se depreende das várias reacções que vão surgindo do "coração" do "molusco cefalópode" (ressalvando a postura e o discernimento ainda assim demonstrado por alguns), parece ser o de querer evitar a todo custo a justiça terrena dos homens, resolvendo o problema com uma "oferta pública de aquisição" do sepulcral silêncio a todos aqueles que dêem mostras de a isso estarem dispostos (a exemplo do que foi feito aquando das viagens realizadas em 2008) e adiando a "coisa", preferencialmente, para o ajuste de contas a haver entre o prevaricador e o divino... quiçá à entrada das gloriosas portas da redenção (sic)! E para aqueles que não querendo ver continuam nas brumas da cegueira a defender o que racionalmente já não é defensável (face à ausência de qualquer presunção de inocência) os recentes dados tornados públicos pela "subsidiária" belga, são elucidativos da forma como a "coisa" geriu o "monstro". De cada vez que sobre um seu alto "colaborador" recaía a acusação de tão aberrante prática, transferiam o mesmo para uma nova "paróquia", onde mais cedo ou mais tarde surgiam novas acusações... e assim sucessivamente! Perante tudo isto, será que os "accionistas" não deveriam ter tomado já uma posição de força sobre todo um desacreditado Conselho de Administração (sic)!
"Os projectos (...) são da minha responsabilidade, foram elaborados a pedido de amigos e sem que eu tenha auferido qualquer tipo de remuneração (...) em conformidade, portanto, com as normas legais de exclusividade em vigor". Perante tanta clareza verbal, o que mais é necessário para se acabar com toda esta consumição em torno do individuo em causa? Será que não chegam os muitos "sapos" que o homem já engoliu (e tem de engolir) de cada vez que se lembra que saíram da sua "pena" as inenarráveis aberrações que estão à vista de todos? O depressivo ambiente suportado durante os anos em que, estoicamente, calcorreou os interiorizados vales da "alta, imensa e enigmática" Estrela (parafraseando Torga)... a ver pelo deficit de cultura e sensibilidade patente em todos aqueles que levaram por diante a construção das tais "coisas" (e que ele diz serem amigos)? Não chegará o acto inteligente (diga-se) de, por uma questão de afirmação pessoal e profissional, ter prescindido de toda e qualquer remuneração pelas primeiras "obras de arte" que timidamente ousou criar? Está bem que há uns tempos atrás também deveria ter assumido que, enquanto ligado ao Ambiente, deu umas "abébias" ao licenciamento de uma prestigiada obra em Alcochete, cedendo ao irrecusável apelo de uns familiares (de fino gosto) para "apressar" a burocracia da "coisa" (graciosamente, claro) e permitindo com essa sua "fraqueza" um superficial oscular de assuntos um tanto ou quanto externos na esfera da sua dedicação "sacerdotal" às causas únicas do bem comum... mas não o fez! E agora? Os portugueses, saturados já de todo este "circo", talvez agradecessem que ao invés de se continuar a falar ininterruptamente do passado cinzento do "Menino Zézito" de Vilar de Maçada, se discutisse o presente político (este sim por demais negro) do Primeiro-Ministro de Portugal, porque águas passadas... dificilmente voltarão a mover moinhos!
Apesar de uma enormidade de "coisas" menos abonatórias que sobre tal pessoa recaem, sejam as "estórias" das desgraciosas arquitecturas da "Egitânia", da descuidada "condução" sobre o aterro da Cova da Beira, das trapalhadas "Freeportianas" da Lezíria, da graciosa titularização cedida pela "Independente", da exacerbada "promoção" de jornalistas pela via judicial e da facilidade (por distracção, claro) com que dá o dito pelo não dito (entre muitas outras "qualidades"), tudo seria alvo de desculpabilidade caso existisse no indivíduo (culpado ou inocente, presume-se que inocente) a vontade e a clareza esclarecedoras sobre todos estes "ditos e mexericos"! No entanto, há que reconhecer, embora em menor escala, que também possui uma certa sensibilidade, humanismo e altruísmo para com os seus "amigos" de soleira, sejam eles banqueiros ou administradores de prestigiadas "golden-sharadas". Mas estas são características que nos dias de hoje pouco sobressaem e muito menos rendem na loucura desenfreada pelos picos de "share" e pela "quilometragem" máxima das rotativas (sic). Assim, e com as mais recentes sondagens a reelegerem-no como primeiro-ministro (apesar de envolvido em tanta trapalhada), o homem só pode ser a encarnação de uma ilusão colectivista dos nossos dias sobre o sonho risonho do mais profícuo dos futuros, a exemplo daquelas muitas outras dezenas de "papalvos" que há uma "porrada" de anos atrás assentaram arraiais nos enlameados baldios da Cova Iria. Também eles viram (sem nunca terem visto) o sol entrar em graciosos passos de dança, numa altura em que o céu, segundo rezam as crónicas dos escribas da época, estava carregado como breu e vertia sobre os desgraçados "estafermos" gigantescos potes da mais pura e gélida água de Outubro! Enfim: Ontem como hoje o sonho continua a comandar a vida de muitos... embora cada vez mais condicionado pela medíocre vida de comando que alguns nunca sonharam (sic)!