É por estas e por outras que Portugal nunca deixará de ser uma terra de brandos costumes, acanhada e "escandalosamente" virginal! Um cidadão que se preze, ao passar os olhos pela extensa "lista de atenções" de um prestigiado empresário com interesses no mundo da política e da finança (curiosamente também ele ligado ao universo da sucata!), só pode sentir um certo "arrepio na espinha", não pelo acto perpetrado pelo dito empresário (o Senhor Godinho) mas pela mesquinhez por si colocada na escolha das quinquilharias que dessa lista eram alvo! E se os gostos do oferente poderão ser, já por si, objecto de escárnio e maledicência, o que dizer, então, de todos aqueles que tendo uma enorme responsabilidade na "coisa" se terão sujeitado a receber, por mais de uma vez, dizem, os "tarecos" com que foram aliciados (sic)? Sinceramente! Poderá dizer-se que ao "zé-povinho" também se tolera, embora cada vez mais a custo, o efeito de "barata tonta" que os "pára-sóis" de papelão da Volta a Portugal lhes provoca, mas daí a ter que se consentir àqueles que são olhados como "deuses", o despautério de se permitirem à ofensa de serem idolatrados com pindéricas decorações elaboradas em cristal de "Jiangsu"... haja bom senso! E pegando nesse tão necessário bom senso, não deixa de ser um tanto ou quanto despropositado e mesquinho virem para a praça pública publicitar que José Sócrates, Jorge Coelho, Armando Vara, António Mexia, José Penedos ou Ana Paula Vitorino receberam umas fruteiras, uns decantadores, mais umas canetas e uns relógios, cujo valor monetário (por "tarequice") não foi além de umas "míseras" centenas de euros! Está bem que as ditas "almas" não são exemplo de suprema perfeição e virtude, mas daí a terem-se "vendido" por umas "cascas de alho", vai um caminho que qualquer cidadão, com um mínimo de decência, não acredita que tenham trilhado. Enfim: Isto está mau... mas as prendas devem ter sido muito melhores, que diabo (sic)!
Para tomar conta dos 10.000.000 de "almas" que vão deambulando pelos 92.300 km2, a obesidade mórbida do "quero, posso e mando" patente em Portugal (contabilizando todos os que integram o "planeta" de Belém, do "Gaveto da Estrela", do Largo das Cortes e de uma miríade mais de outros incontáveis "satélites" que à volta destes "mundos" cumprem a sua órbita) atingiu um tão inimaginável peso que antes de se ter entrado em discussões de PEC's e afins melhor seria que aqueles, poucos, que ainda tem sentido de responsabilidade e um certo despego pelas "coisas" do penacho, se tivessem dedicado a olhar para estes "espaços infinitos" e neles tentassem encontrar o necessário consenso para levar por diante a concretização da tão propalada reforma do Estado. E se os bons exemplos, como diz a "populaça", devem vir de cima, seria agradável à vista e ao ouvido o País começar a assistir à diminuição do número de ministérios, de deputados e das mil e uma benesses que em tempos de crise (vá-se lá saber porquê!) se fazem sempre mais notar. E sem a necessidade de atingir, no imediato, o efeito rectilíneo proporcionado por uma cega "banda gástrica" aplicada à "coisa", por certo que a desertificação de grande parte do interior do País também aconselharia a um sério estudo que tivesse em conta o redimensionamento de significativo número de "áreas jurisdicionais" e o seu consequente ajuste à realidade dos dias de hoje. Mas pronto: a manter-se tudo como está, quase apetece perguntar se os portugueses são um povo irascível e atabalhoado que justifica, efectivamente, toda esta imensidão de regedores da "coisa" pública para usufruir de uma qualidade de vida mínima face aos padrões europeus... ou se, então, se tornou despropositado e irritável por nunca ter usufruído do que quer que fosse em consequência do papel preponderante e condicionante de tão elevado número de "gestores" na vida administrativa do País?
Esmiuçado o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), apetece dizer que "a montanha pariu um rato"! Afinal, a "coisa" não é mais que um académico projecto de inconsequentes (?) intenções que apenas fará atirar para lá das "calendas gregas" as soluções efectivas e definitivas que o País à muito precisa. Venha de lá um PEC, sim... mas um PEC que seja um Programa Educativo de Consciências e não um desvairado, pervertido e extraviado arrazoado de ocasião destinado a entreter a Nação até à hipotética descoberta de meia-dúzia de poços de petróleo no "Beato"! Quantos milhões se "queimaram" (entre discussões e estudos) com o incontornável, dizia o Governo há dois meses (!), TGV Lisboa/Porto e Porto/Vigo... para agora ser adiado? Há quantos anos os funcionários públicos vêem os seus salários congelados (face à inflação) sem que daí tenha resultado algo palpável para a economia? Quantos milhões se desbarataram em prestações sociais (que o Governo afirmava serem justíssimas, porque fundamentadas e fiscalizadas)... para agora esse Governo vir reconhecer que é necessário saber se os beneficiários precisam mesmo dessas prestações? Sinceramente! Afinal de contas para onde é que o País quer ir? Em que sector ou sectores pretende sobressair? Como vai lá chegar? A produzir, por hora de trabalho, 78% do que produz a Grécia, 60% do que produz a Espanha, 55% daquilo que produz a média da Zona Euro e vislumbrando-se apenas, no Programa de Estabilidade e Crescimento, medidas incitadoras à instabilidade social e ao atrofiamento económico sem nada que incremente no País a necessária competitividade, bem podem palrar os políticos, chalrar os sindicalistas e tagarelar o "zé-povinho"... que no horizonte continuarão a pairar apenas e só nuvens por demais ameaçadoras (quiçá premonitórias da quase certa "erosão da democracia" a que se refere o filósofo José Gil)!
Cada vez parece ser mais óbvio que um dos grandes problemas de Portugal é ter homens e mulheres em lugares chave de gestão, especializados tão só em desmotivar, com os seus actos e arrebiques, todos aqueles que tem na sua mão a chave mestra para mudar o actual rumo do País: os trabalhadores! Se a maioria "desta" almas é produtiva e acarinhada por todos aqueles que tem responsabilidade na "coisa", seja no Luxemburgo ou na "Cochinchina", porque razão é que no seu "torrãozinho" natal não atam nem desatam e se dedicam de uma vez por todas àquilo que tão bem sabem fazer? Só pode ser, é claro, pelos tais exemplos de má administração que em aluvião descem lá dos pináculos da "sabedoria" asfixiando, sem apelo nem agravo, a arraia-miúda e "popularucha" da sociedade! Entre muita outra "pornografia", não será motivo de desincentivo saber-se que um "novato" sem currículo algum tivesse o ordenado provocatório que tinha enquanto "aprendiz" de carrejão da PT (por muita adoração que o individuo dedicasse ao "grande líder”)? Por este andar da carruagem a deslizar sobre ilusórias estradas de "power-points" de felicidade e progresso, apesar do grassar alarmante da taxa de desemprego, da preocupante desmotivação colectiva e do não vislumbre de um qualquer ponto de inversão para toda esta "mixordice" económica, financeira e social em que o País mergulhou, não faltará muito para que o "chefe", na ânsia de mascarar ainda mais o "seu" "País das Maravilhas", se vire para os "ministrantes" e ordene que sempre que o zé-povinho peça pão estes os mandem comer saborosos e dourados "brioches"(sic)! Enfim: o "chefe", ao contrário da mulher de Luís XVI, Maria Antonieta, ainda vai mantendo, felizmente, a sua cabeça no lugar... embora aparentemente vazia do que quer que seja para tirar Portugal desta ilusória "briocherie" fina em que o meteu!
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde informou que no presente ano o Governo vai alargar o Programa "cheque-dentista" a outros grupos populacionais. Não será um pouco incongruente continuar assim a esbanjar recursos pelo simples facto de os portugueses terem cada vez menos motivos ou razões para exibirem radiosos e rasgados sorrisos "Albarran"? Depois dos 25 milhões de euros gastos em saúde oral em 2009, o que se esperaria, agora, seria o lançamento do "cheque-oftalmologista" e do "cheque-otorrinolaringologista"... ou será que ninguém está interessado em proporcionar aos cidadãos uma boa acuidade visual, de forma a não perderem pormenores dos magistrais números "circenses" que a todo o instante "altas personalidades" lhes proporcionam ou um mínimo de cuidados auditivos que lhes permitisse separar o "trigo do joio" do muito discurso oportunista que por aí cada vez mais se vai produzindo (sic)? Aparentemente despropositada, vem toda esta ironia a propósito da realidade concreta e revoltante de alguns hospitais poderem vir a deixar de ter uma Unidade de Oncologia caso o Plano da Rede Oncológica avance sem alterações. Dezasseis hospitais dos cinquenta e cinco a oferecer tal tratamento, tem menos de 500 novos casos por ano (felizmente), logo não cumprem as exigências mínimas definidas pelo respectivo Ministério! A justificação, "bonita" como sempre, é a de que "um maior número de casos concentrados num só serviço gera mais prática e mais competência no tratamento dos doentes", além de permitir, é claro, uma melhor distribuição dos deficitários recursos técnicos, humanos e financeiros (e um consequente aumento das listas de espera)! Assim, para os actuais responsáveis, pouco interessa que os doentes oncológicos tenham de passar mais umas "passitas" das muitas "passas do algarve" que já passam... desde que as passem na posse de uma dentição saudável e perfeita (sic)!