Depois de sessenta minutos de um "blá-blá" envolto em excessiva inocuidade, delineou-se a imagem de um ciclista de fundo, cansado, que tentou manter a imagem sobre o "selim" de uma bicicleta estática... para desilusão de todos aqueles que acreditavam que o dito ia "galgar" centenas e centenas de quilómetros de alcatrão! Ou então... o "ginásio" (RTP) e os "personal trainers" (jornalistas) que lhe disponibilizaram, não estiveram à altura de lhe fazer ressaltar a força que a sua musculatura, por certo, ainda esconde.
No meio de uma crise económica severa, os Portugueses poderão ter, assim, interiorizado a ideia que estão abandonados à sua sorte, porque no momento mais difícil do actual mandato e a meses de um desgastante "cocktail" eleitoral o homem do "pelotão" não falou daquilo que todos (ou quase todos) esperavam que ele falasse: das dificuldades generalizadas que os cidadãos sentem, do resultado das medidas que o seu Governo já tomou, dos apoios às pequenas e médias empresas (sabendo-se que em cada 10 apenas uma está a ter algum apoio excepcional), da possível hipoteca (quase certa) do País em consequência do megalómano plano de obras públicas, dos projectos e dos investimentos de curto prazo e de mais uma miríade de acções urgentes e fundamentalmente conscientes a desenvolver em prol do bem comum. E se do essencial não falou, "sprintou", até à indigestão, sobre os "arrufos" e "beiças" com o Presidente e sobre as "mixuroquices" familiares com o excêntrico primo, com o bonacheirão do tio e com um tal Charles Smith, conhecido pela sua participação num "entediante" DVD luso-inglês (sic). Enfim: foram excessivamente maçadoras, desmotivantes, mesmo, para um País que precisa de incentivo, as "pedaladas" do "nosso" primeiro-ciclista... que se entendem, afinal, pela quase nula concorrência que o grupo perseguidor lhe causa!
No decorrer do último Congresso Nacional sobre Transporte Ferroviário foi afirmado que o tráfego na linha de TGV Lisboa-Madrid irá ascender aos 6,1 milhões de passageiros no primeiro ano de actividade e que o mesmo aumentará para os 10 milhões em 2030, sendo que estes valores significam que a quota portuguesa de transporte ferroviário entre as duas cidades irá aumentar de 2 para 19%! É obra!!!
Tal arrazoado não partiu de Nostradamus, nem de nenhum dos grandes “professores”, “astrólogos” ou “videntes” oriundos das mais conceituadas tribos do Continente Africano que se limitam apenas e só a prever e não a dar como certo o que quer que seja. A afirmação partiu de um distinto "alfacinha" (abençoado, talvez, por um dom hereditário da sua família política) que sustentadamente se tem afirmado no meio "metendo os pés pelas mãos e as mãos pelos pés"!
Quando por esse mundo fora aqueles que por unanimidade dos seus pares são considerados sumidades dentro das suas especialidades e se retraem a alvitrar o que quer que seja quando confrontados a pronunciarem-se sobre o dia de amanhã, em Portugal escreve-se o futuro da história com margens temporais de 20 ou de mais anos! Mas pronto: entre "mortos e feridos" alguém há-de escapar e se muitos metem água sem razão aparente, no caso do "predestinador" sempre há uma plausível justificação... fundamentada na sua formação em Hidrologia e Gestão de Recursos Hídricos (sic)!
PS: Existisse por estas bandas a noção do que é dinheiro público e do que é gerir esse sagrado património e não seria necessário ser sumidade ou estar abençoado por um qualquer dom para se afirmar, convictamente e sem margem para erro, que ainda iria valer a pena viver em Portugal!
Num Pais com nove milhões de cidadãos (mais "alma" menos "alma"), não deixa de ser surpreendente que grande número de todos aqueles que estão "enfarinhados" na arte de governar a nação, não sejam indivíduos isentos "de rabos-de-palha" ou "telhados de vidros"! Eles são as intermináveis e obscuras aprovações de infra-estruturas turísticas e comerciais, são os inexplicáveis contornos do negócio do Sistema Integrado das Redes de Segurança e Emergência de Portugal (o SIRESP), são as preocupantes convivências com a Banca, são os esquecimentos (acidentais, é claro) para com o fisco, são os "interesseiros" convites (aceites sem qualquer pejo) para cargos de topo no mundo empresarial, são as facilidades auto-concedidas a isto, àquilo e a mais um sem número de "coisas e loisas" que vão fazendo a cada dia que passa com que o normal cidadão, dentro da sua ainda exemplar correcção, vá perdendo a credibilidade naqueles que deveriam ser, incontestavelmente, os expoentes máximos da seriedade e da transparência.
Ninguém é perfeito, nem saudável é, sequer, ambicionar-se a tal patamar (porque a perfeição é um estado doentio, vegetativo) mas daí a existirem tão poucos a procurar encontrar um equilíbrio que lhes permita estar na vida pública de cabeça levantada e sem nada que os torne vulneráveis, vai um passo muito grande... quase de gigante.
Resta, assim, aos Portugueses, esperar pelos resultados da Lei da Paridade e acreditar que mais mulheres, na política, tragam a lufada de seriedade que o País tanto necessita. Mulheres inteligentes, trabalhadoras e independentes que não dêem azo a que nada nem ninguém, num futuro breve, se venha a aproveitar dos seus "rabos-de-palha"... por muito “torneados”, "tentadores" e "insinuantes" que os mesmos sejam (sic)!
Após ser dada a notícia por um dos canais privados de televisão de que Portugal se poderá "afundar" lá para finais de 2014, eis que surge, para infelicidade de todos os "velhos do Restelo" e outros detractores das actuais políticas, a notícia que descansou os portugueses e lhes deu motivos para festejar: o "querido líder" assinou, em menos de 24 horas após a "ameaça", um gigantesco Programa de Apoio ao Sector da Cortiça no valor de 180 milhões de euros! Para Ele, tal Sector "é talvez a indústria mais moderna das indústrias portuguesas, dá boa imagem de Portugal no estrangeiro, é inovadora e é amiga do ambiente"! "Queremos continuar a ser liderantes no Sector da cortiça." Foi tanta a convicção com que se exprimiu durante o acto, que muitos dos que estavam a assistir se convenceram que Ele iria pedir aos portugueses para esquecerem o investimento em painéis solares e direccionarem as suas poupanças para a aquisição de rolhas... muitas rolhas de cortiça! (Quem sabe, talvez a seguir sejam criados apoios extraordinários aos "Pasteis de Belém ou aos "Galos de Barcelos" (sic)!) Sem ironias, porque os tempos são por demasiado sérios para isso, a imagem que o Governo está a dar aos seus concidadãos é a de um desnorte preocupante sobre o destino para onde quer caminhar. Entende-se que o seu papel neste momento crítico não é fazer "astrologia ou vidência do futuro" nem muito menos ocupar o lugar de mais um "comentador da crise", mas daí a todo este ziguezaguear na ânsia de fazer e mostrar não se sabe muito bem o quê... venha o diabo e escolha! Mas pronto: se a salvação agora passa pelas rolhas pois invista-se em rolhas e tape-se com essa riquíssima dádiva do Sobreiro, a boca a todos aqueles que teimam em afundar Portugal ao defenderem com tanta verborreia a construção de megalómanas e inúteis obras públicas!