Portugal é uma Nação férvida! No campo florestal os incêndios campeiam, sabendo-se já à partida (afirmam alguns, estranhamente!) que vai ser um ano "quentíssimo" na matéria, para gáudio dos muitos oradores que necessitam, como de pão para a boca, de dissertar sobre os efeitos da "coisa"... e para desânimo de todos aqueles que ainda fazem um esforço para acreditar nos que lutam, ou dizem lutar (já nem se sabe bem) em prol da minimização do flagelo. Nos relvados do futebol, sem surpresa, deu-se a inevitável "ignição", tamanha a matéria combustível de ervas daninhas que neles alastrou e a carga térmica que os envolveu. No "balneário" de um outro elitista "estádio político", que apesar de tudo se queria discreto e produtivo, o do Provedor de Justiça, as "chamas" devoram há meses, sem dó nem piedade, os nomes de todos aqueles que em tal "braseiro" vão caindo ou para lá inocentemente são atirados. Na grande área social (como sempre foi o seu fado) os cidadãos "esturricam" sob o poder dos "maçaricos" do costume: o do desemprego, o da medíocre assistência hospitalar, o da insuficiente justiça e segurança... entre muitos outros. Pobre País este onde tudo arde e onde tudo inevitavelmente se queima! E o que faz o primeiro de todos os primeiros perante tantas "queimadas"?
- Apela, misericordiosamente, à compra de painéis solares para aquecimento de água!
Enfim: cada um faz o que pode e o que melhor sabe, mas o apelo, piedoso ou não, deveria ser o de incentivo à compra de aparelhos de ar condicionado porque as ideias de muito "boa" gente, por estas bandas, andam há demasiado tempo a precisar de serem refrescadas... tamanho o deficit de neurónios destruídos pelo efeito de tantas labaredas (sic)!
Sócrates pronunciou-se de uma forma vitimizadora quando confrontado com a manifestação que reuniu perto de 200 mil pessoas nas ruas da capital e com a acusação de manipulação dessas mesmas pessoas por parte do Partido Comunista e dos Sindicatos. Vitimizadora porque o apelidaram de mentiroso, como se todas as afirmações que o mesmo até hoje fez e que se vieram a verificar contrárias à verdade tivessem outra definição e manipuladora porque perante tanta gente descontente com as suas políticas mais não poderia ser dito como defesa do que quer que fosse!
Está bem que os sindicatos em Portugal não são "flor que se cheire" por optarem pela fricção em detrimento da cooperação, mas perante um executivo que age da forma como age, autoritária (?), arrogante (?), sobranceira (?), este tipo de sindicalismo tem todas as condições para se manter e reforçar num crescendo que a ninguém acaba por servir. Daí, não só pelas posturas dos Governos que tem "desgovernado" o País, mas também pelas formas de luta que outros usam para as combater, é que Portugal está como está e a divergir a cada dia que passa de uma Europa, que mesmo em profunda crise, lhe devia estar "ao virar da esquina". Como os Governos não tem capacidade para escolher os sindicatos, nem os sindicatos a tem para escolher os Governos, resta ao "zé-povinho" esperar que se faça luz em tais "cabecinhas" e que essa luz os leve a encetar uma certa "cooperação estratégica" para bem de uns, de outros e de todos! Mas pronto... mais mal do que bem, neste momento, estes Sindicatos vão cumprindo o que julgam ser a sua missão (de uma forma em tudo idêntica, aliás, á que o Ministro Santos Silva usa para com a oposição): malhar no Governo... e malhar com especial gosto naquele que é o primeiro de todos os seus ministros!
Depois do "brilharete" diplomático conquistado em terras da Chanceler Merkel, onde apresentou um Portugal moderno e confiante (?), não havia necessidade de ir a correr para Barcelos "marcar um golo na própria baliza", porque estas acções da Presidência, apelidadas pomposamente de "Roteiros pela Inclusão", mais não são que inconsequentes procissões de assessores, seguranças (muitos) e mais uma "catrozada" de motoristas, numa pura mostra do poder que o Poder tem.
Os políticos, sejam eles quais forem, correm o risco de um destes dias tais "arraiais" virem a ser considerados ofensivos por todos aqueles que cada vez mais vão vivendo a sua existência com uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma... porque embora a crise seja agora mundial, os portugueses nunca deixaram de a viver (vai já para 35 anos) por culpa dos muitos que até hoje tiveram as rédeas da governação e que ao invés de governarem, reformando e reestruturando, se limitaram aqui e ali a mandar meia dúzia de coloridos e estridentes "bitaites"! Por isso, as palavras bonitas de solidariedade e de ocasião que o Professor deixou no norte do País foram palavras infecundas levadas por uma qualquer "cândida" brisa que na altura osculava a bonança das frias águas do Rio Cávado (!).
Enfim... É a política dos políticos que temos (o que é completamente diferente dos políticos e da política que precisávamos) e em ano de tantos actos eleitorais o cenário que se vai "engendrando" não é nada animador pelo facto de as eleições em Portugal terem sido até à data uma espécie de “euromilhões” que se limitaram, apenas e só, a criar excêntricos, para azar dos muitos milhares de apostadores ainda fiéis a este tipo de "entretenimento" (sic)!
Apesar dos muitos Corsos Carnavalescos que há dias animaram de norte a sul o País, os melhores "espectáculos" "orgiásticos" alusivos à quadra continuam indiscutivelmente (e ininterruptamente) a decorrer na Capital: Lisboa.
Os portentosos desfiles da "Casa Pia", do "Freeport" e do "BPN", para citar apenas alguns, com as suas intermináveis "escolas" de "dança cantada" compostas por dezenas de figurantes (sempre bem "ajaquetados", ao contrário daquelas "pelintrices" desnudadas importadas de "Vera Cruz"), continuam a surpreender pelos "sketches" imprevisíveis que vão "montando" ao longo da "avenida" e pela originalidade que dos mesmos, com imenso à vontade e descaro, vai saindo. Entre a muita assistência que emoldura o "ramalhete", nomeadamente jornais, revistas e televisões, vêem-se aqui e ali meia dúzia de zelosos polícias, investigadores criminais e juízes, que prescindindo do prazer proporcionado por tanta cor e alegria se vão ocupando a tratar da saúde a inoportunos carteiristas de ocasião, vendedores de banha da cobra, mendigos e outras "espécies" de mau porte... como "mexilhões" com pontuais atrasos nos seus compromissos fiscais!
São tradições que vem de longe e que como todas as verdadeiras tradições continuam a passar de geração em geração sem que nenhuma delas tenha tido, até à data, a tentação de lhe adulterar o que quer que seja, de tal maneira estão enraizadas! À parte da ironia, quase apetece dizer que Portugal vive um interminável Carnaval de disfarces e de ilusões, onde alguns se assumem, conforme os interesses, ora em zelosos encarregados de ofícios e funções ora em misericordiosos provedores de instituições governadas com o desgoverno de todos os outros... tudo ao ritmo (porque não?) da "Dança dos Cus" de Cabanas de Viriato (sic)!
Neste solarengo "naco" de terra no subúrbio das mais desenvolvidas e "arejadas" consciências da Europa, ainda há quem não saiba diferenciar a sensual lascívia, do obsceno... ou melhor, o erótico do pornográfico!
No seguimento das acções do tribunal de Torres Vedras e da Polícia de Segurança Pública de Braga quase apetece dizer que todas estas intervenientes "almas" não passam de umas pobres frustradas apenas e só por não saberem lidar com a saudável "ousadia" e o bem-disposto "atrevimento" que existe no íntimo de todo o comum mortal! E como não tem capacidade para tal "consolam-se", maldosamente, a chamar a atenção para as inconsequentes meninas que exibem uns inocentes peitos no monitor do virginal "Magalhães" ou para aquela outra que candidamente desnudou as coxas e o sexo ao fundador do realismo em pintura, Gustave Courbet... e que este, envolto em sensibilidade, resolveu expor sob o nome "A Origem do Mundo"!
Incompreensíveis estas e muitas outras atitudes a necessitarem urgentemente de serem esmiuçadas num qualquer divã de um Psicólogo de renome... porque nos dias que correm, pornográfico ou obsceno, como lhe queiram chamar, é o Sistema de Saúde estar a rebentar pelas costuras negando aos cidadãos um dos seus mais elementares direitos. Pornográfico ou obsceno é a Justiça obrigar aqueles que dela precisam a arrastar-se penosamente, durante anos, pelos corredores dos Tribunais. Pornográfico ou obsceno é a Caixa Geral de Depósitos comprar um lote de acções da Cimpor, com um valor 25% superior à realidade, resultando o negócio num "Fino" prémio de 62 milhões de euros para o "Manuel" vendedor. E se isto não é pornográfico ou obsceno, talvez seja erótico... daí não aparecerem zelosas autoridades a exigiram a imediata reposição do tão necessário bom senso (sic)!