"A homossexualidade não é normal" do ponto de vista do Monsenhor José Saraiva Martins e, por analogia, da Igreja. Está bem que (lê-se na Bíblia) quando Deus "criou o ser humano, criou o homem e a mulher"... no entanto parece não ter "legislado", quiçá por uma qualquer limitação do "articulista", sobre as variantes possíveis do relacionamento desses mesmos seres humanos. E como Ele não "legislou" é pura especulação académica o tal Senhor Martins vir afirmar que "quando se juntam dois homossexuais, eles ou elas, é evidente, que aquela união, aquele casamento, não pode providenciar a formação das crianças".
Antes destas ilustres figuras da Igreja arremessarem ingerências nas vidas e nos íntimos de todos aqueles que se adaptaram à velocidade vertiginosa em que a sociedade a cada dia que passa se vai transformando, deviam, isso sim, era olhar para o interior da sua comunidade e tentarem perceber o porquê do cada vez mais acentuado afastamento dos seus membros. Não o afastamento à religião que confessam, mas o afastamento a todos aqueles que teimam em a "manchar" com intervenções próprias de quem há muito ultrapassou o seu prazo de validade na gestão ou na influência da "coisa" em questão.
Assim, não é despropositado afirmar também que a posição da Igreja não é normal face aos novos tempos, pelo facto de o Vaticano nunca poder vir a providenciar a formação de crianças, de homens e mulheres, isto até que um seu qualquer lúcido "articulista" se resolva debruçar sobre a actual realidade, sem cinismos, falsidades ou hipocrisias, abrindo ao mundo (e ao sexo feminino, por ex.) a redoma hermética e cinzenta em que vai definhando o Vaticano. A continuar com tal mentalidade a Igreja está "a meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam" (sic)!
Num programa recente do canal público de televisão debateu-se um tema sobre o qual não deveria haver "Prós e Contras" sobre a mesa, mas apenas e só um diálogo profícuo de convergência no sentido de encontrar uma solução estável para uma terrível realidade, ora interesseira ora inevitável, que grassa no País (e no mundo): o desemprego. E falou-se! Falou-se do "verde", do "seco"... e do socialmente correcto, como é da "praxe". Isto porque, quando chegou a hora de um convidado (empresário) expor publicamente aquilo que de quando em vez a sociedade aqui e ali vai comentando, quase foi ridicularizado, talvez pela forma "terra a terra" como descreveu o seu particular problema (não conseguir arranjar 10 funcionárias, vai para 2 anos) e pelas afirmações (documentadas, disse) sobre a razão possível de tal acontecer. Porque nem todos tem a "queda" necessária para vender frigoríficos aos esquimós nem a fotogenia necessária para se enquadrarem em artificiais cenários promocionais de fazedores de opinião, foi o seu direito de manifestação considerado um "baixar de nível" por um dos habituais "paineleiros" versados no tema! Por muita simpatia, respeito e admiração que haja para com o sindicalista em causa, não foi bonito ouvi-lo dizer o que disse. Não havia necessidade! Daí, talvez, não se terem ouvido ideias novas, não se ter discutido o essencial (como é costume) e não ter sido desta, ainda, que "eles" partilharam as mesmas brasas para assarem as sardinhas de todos, optando egoisticamente por as puxarem para os assadores da sua "eleição" (sic). O desemprego não é de números, é de pessoas... e as pessoas não se "governam" com "blá-blás" estafados à roda de coloridos gráficos de barras e casas decimais, ajustados, sempre, às necessidades da ocasião (e de cada interveniente). Infelizmente!
Perante o desconhecimento sobre o tratamento a usar para debelar a maldita crise que abruptamente (?) se instalou, o Governo vai lançando, um tanto ou quanto desgarradamente, programas de apoio a isto e àquilo na expectativa de que os mesmos venham a acertar, em cheio, no alvo. São, há que reconhecer, tentativas que se vão repetindo um pouco por todo o lado, pelo que Portugal não está a ser diferente no que quer que seja de todos os outros. No entanto, há pequenos pormenores que para um País também ele pequeno, como o nosso, poderiam reforçar o índice de confiança da população naqueles que se vão entretendo em arranjar soluções para a "coisa". Ao mesmo tempo que o Primeiro-Ministro anunciou a criação de 400 gabinetes de apoio ao cada vez mais elevado numero de cidadãos desempregados, poderia anunciar também que iriam ser limitados os salários dos gestores e da mesma forma que anunciou a criação de 450 novos empregos resultantes do alargamento da subestação eléctrica do Alqueva informar que o Governador do Banco de Portugal (e restante equipa) iria ver ser revista a sua folha salarial de forma a adaptar-se à realidade económica do País! Podem parecer questões mesquinhas, "peanuts" no meio de toda esta desgraça, mas pelo menos seriam sinais de que os "manda-chuva" estavam a gerir a situação em pé de igualdade com o comum do mortal.
Era sobre estes pormenores que os Senhores Ministros deviam meditar ao invés de andarem a "malhar na direita" (e com especial gosto a malhar nos sujeitos e sujeitas de toda a oposição)... desperdiçando com tais trauliteirismo a certeira pontaria (pouca e se calhar por engano) que de quando em vez ainda vão exibindo.
Não fosse o caso excessivamente sério para a polícia inglesa e tudo isto se resumiria a mais um dos muitos "sketches" nacionais de onde tão só se aproveitava a exibição recheada de graça e boa disposição daquela figura "bonacheirona" e "simpática" que resolveu desbobinar umas "larachas" sobre o badalado processo de licenciamento e instalação de um megalómano "não sei quê" (como ele dizia) que o seu sobrinho "Zézito" em tempos "despachou". Mas, como os ingleses não desarmam, aí vamos nós, por arrastamento, contrariados e a resmungar, alegar aqui e ali que não há indícios juridicamente relevantes pelo que "não há suspeitos nem deixa de haver suspeitos" (PGR)!
Independentemente da existência de culpa, ou não, no processo do "Freeport" de Alcochete, a situação é a de um enorme desnorte por parte de quem de direito, ao tratar o caso da forma que ao País é dada a ver. É entendível que a "coisa" é uma "batata quente" na mão dos investigadores mas daí a não ter havido ainda uma "alma" com a racionalidade necessária para colocar uma certa ordem na "casa" é uma realidade no mínimo preocupante para o comum do cidadão. Ou então... não existe mesmo interesse em clarificar o caso e ai, saber se houve ou não corrupção no licenciamento da obra é um assunto de somenos importância face à derrocada inexorável de um dos pilares fundamentais de uma sociedade de direito: a justiça!
Mas, desanuviando um pouco de toda esta urdidura, vamos acreditar que isto não passa de mais uma "Canção de Lisboa" e que todos os "Vasquinhos" envolvidos na teia vão imaculadamente sair dela para felicidade dos parentes mais próximos e de todos os outros que felizmente (até à data) nunca vieram à Capital (sic)!