Entre as mil e uma incertezas que vão tornando cada vez mais pesado o ar que se respira no País, resta aos portugueses (muitos) continuar a levar a cruz ao calvário na esperança de um futuro melhor que um qualquer deus dará... embora não se sabendo nem como nem quando, porque não se vislumbra no presente, nem no limite do horizonte "santidades" com capacidade e seriedade para tal. Por isso...
Não fosse o "massacre" exacerbado proporcionado por alguma comunicação social e passariam desapercebidos aqueles encontros de "amigalhaços" que se reuniram nas Caldas, na Feira ou em outro qualquer lugar onde conste no menu a "carne assada"... como passaria desapercebida aquela "coisa" apresentada no CCB em Lisboa e que por via desse mesmo "massacre" trouxe à memória o personagem da "Storia di un Burattino", do Collodi? Porque já não é por convicção que estas e outras "irmandades" se vão reunindo mas por obrigação de uma "profissão" (para uns) e puro narcisismo (para outros), caiem tais iniciativas no descrédito de todos aqueles (muitos) que tem de ir sobrevivendo através de biscates e "desenrascanços" de forma a entreterem condignamente a "malvada" (e são cada vez mais)! Assim... é de asco o sentimento crescente que vai alastrando para com partidos, oposições, comissões disto, daquilo e de mais um sem número de "carretos" e "sem-fins" de uma engrenagem que se vai oleando à custa (sempre à custa) da "coisa" pública... enquanto grande parte da sociedade, desgastada, emperra, enferruja e apodrece inexoravelmente de mão estendida na valeta de uma estrada:
- "Uma esmolinha, pelo amor de deus."
- "Deus dará"!
Depois de os "manda-chuva", constantemente, virem à "praça pública" condenar a corrupção e tudo aquilo que à sua volta gravita e inexplicavelmente contradizerem-se, no momento seguinte, ao incentivarem descaradamente tão abjecta prática através do aumento para 5.000.000 € o limite a partir do qual determinadas obras públicas ficam sujeitas a concurso público... é, no mínimo, surrealista! Se a crise se combate com medidas que propiciam inexoravelmente a corrupção, não surpreenderá ninguém que no próximo estio os incêndios florestais venham a ser combatidos, também, com cisternas de gasolina (sic)!
Definitivamente a crise em Portugal não é apenas económica e financeira: o que à nação é dado a ver, atira as principais causas da anterior, actual e futura crise, para a complexa área da psicologia, da neurologia ou mesmo da psiquiatria... e olhando para o nível de vendas das "fluoxetinas" e dos "alprazolans", quase apetece dizer que esta "raça" é efectivamente um caso perdido. Tão perdido que já não sabe o que é o Verão ou Inverno face ao desnorte instalado quando confrontado com a recente vaga de frio que varreu o "jardim": porque a mesma não aconteceu no pico da canícula, mas sim no seu tempo próprio, foi de "baratas tontas" a onda de histeria que tomou conta de uns, de outros e das "mil e uma lojinhas de inutilidades" que vergonhosamente vão absorvendo os muitos milhões de euros que deveriam ser destinados à Protecção Civil (na compra de limpa-neves, por ex.) e que, pelo que é dado a ver, são usados na Protecção Pessoal (em potentes e "agradáveis" "jeeps" de Serviço, por ex.)! Mas pronto: é Portugal no seu melhor... borboleteando (sic)!
Escutar a entrevista mais recente (como todas as outras precedentes) do Senhor Engenheiro é trazer à lembrança o respeitabilíssimo, simpaticíssimo e sempre bem-vindo Padre Fontes de Vilar de Perdizes! Apesar de ambos, cada um na sua área, falarem de mezinhas para uma miríade de maleitas (as físicas... e as sociais), de licores “ascorosos” para a impotência (a "outra"... e a empresarial) ou de pomadas de “bagaço” para a frigidez (a feminina... e a económica) com uma persuasão impressionante, mesmo assim, e sem grandes "fantasmas", é possível detectar um pormenor que acaba por marcar toda a diferença: enquanto o Senhor Padre colocou condignamente uma aldeia perdida dos confins transmontanos no mapa turístico das feiras do oculto, porque sempre soube ouvir e agir em conformidade com o fim em vista, o Senhor Engenheiro colocou um solarengo País remediado do sul da Europa no vexatório mapa "chávez" do sobrenatural governativo, tão só por falar desbragadamente daquilo que só ele julga dominar. Quase apetece dizer que é mais acertado (mesmo sendo sacerdote) procurar o sonho entre o invisível e o ignorado que andar a desperdiçar energias buscando-o entre "coisas" superiores às forças da natureza, porque demasiadamente extraordinárias e divinas. Resumindo... Entre a efectiva "erecção" proporcionada por uma qualquer duvidosa mistela "xaroposa" de Vilar de Perdizes e o ilusório "levantamento" económico proporcionado pelas actuais engenharias políticas... venha de lá a milagrosa "xaropada" (já que mais não seja para esquecer a "feira do sobrenatural" que, com a ajuda empenhada de toda a "hipnotizada" Oposição, se vai prolongar penosamente ao longo do presente "cabo das tormentas" de 2009 (sic)!
O Presidente da República falou ao País... e ao falar ao País provocou uma vez mais um "tsunami" de reacções em cadeia que se resumem à habitual onda de unanimidade generalizada em torno do arrazoado! Na sua posterior fase de dissecação estas reacções fazem lembrar o "day after" dos actos eleitorais de onde, invariavelmente, todos os partidos saem vencedores (sic)! Uns porque já esperavam este inevitável discurso que mais não veio do que confirmar os seus pontos de vista, outros porque já actuam há bastante tempo na esteira do que disse Sua Excelência, confirmando portanto que estavam e estão no rumo certo e outros, ainda, porque sim senhor... é um discurso que deve ser interpretado não naquilo que à primeira vista é dado a ver mas naquilo que está nas suas entrelinhas, entendimento esse que apenas confirma o que até agora temos defendido (sic)!
Assim, e porque das direitas às esquerdas e dos extremos aos centros todas as forças políticas partilham de uma sintonia mais que perfeita sobre coisa nenhuma (as consecutivas crises nacionais são prova disso mesmo, independentemente da agora global "mãe" de todas as crises), há que dar um certo crédito às palavras de um excelso "tribuno" (também com culpas no "cartório") quando afirmou recentemente que Portugal caminha a passos largos para a ingovernabilidade.
Mas, em resumo, a ideia que fica de todo este descaramento que à nação é dado a ver é que os políticos, quando confrontados (por alguém influente do meio e de consciência, também, pesada como todos eles) com as suas inabilidades e ignorâncias, se limitam a partilhar o lema de Athos, Portos e Aramis: "Um por todos... todos por um" (e o "zé-povinho" por si )!