Face ao valor, ainda baixo, da taxa de juro que incide sobre os empréstimos bancários, é descabido apontar tal realidade como a razão de todos os males que se espraiam sobre as famílias nacionais porque o problema, esse, está no excessivo endividamento que estas têm!
Alta, esteve (e está) a irresponsabilidade de um exagerado número de cidadãos que pelas mais variadas razões não percebeu (ou não quis perceber) "peva" das mais elementares "leis da gravidade económica", prevenindo-se, por exemplo, com a "mariquice" (porque coisa de fracos) de uma taxa fixa ou optando pela aquisição de um T2 em vez de impressionar terceiros com um "palaciano" e desnecessário T4. Talvez por esta "ignorância" associada à mania das grandezas é que se torna um pouco injusto vir agora criticar as "lojas" bancárias por terem cumprido o papel na venda do seu produto... idêntico ao das "lojas" que vendem casas, plasmas, automóveis ou comprimidos para emagrecer!
Assim, porque o problema, definitivamente, não está só no aumento do rendimento do capital emprestado pelos braços direitos de "Lúcifer" (sic), bem pode o Governo actualizar ordenados e subsidiar uma infinitude de bens que essa pequeníssima folga que venha a surgir no orçamento familiar (associado, quiçá, a mais um curto empréstimo bancário) dará um "jeitão" para desanuviar dos problemas da vida numa qualquer ilha paradisíaca das Caraíbas.
Afinal de contas um homem não é de ferro... e a vida são dois dias!
Aparentemente (mais uma vez) Portugal vai passar incólume às cenas eventualmente chocantes do “filme” económico que vai estreando por todos (ou quase todos) os cantos do globo! Mas, se em anteriores “projecções” ainda havia um certo cepticismo quanto ao optimismo dos habituais palradores da “arte”, a unanimidade, agora, parece adquirida, tão só porque o País está endrominado pela lavagem ao cérebro a que está sujeito. Assim, esta preocupação mundial causada pela falência de “meia dúzia” de empresas nunca terá repercussões em nós… tão só porque nós vivemos noutro mundo onde a preocupação com “isto” há muito deixou de fazer parte do quotidiano! Talvez porque em 2007 encerraram em Portugal 50 mil pequenas e médias empresas e em 2006 cerca de 26 mil outras, sem que tal nos levantasse uma pontinha que fosse de inquietação! Talvez… e na posse de tanta sabedoria e experiência no “ramo” só podemos olhar para o destino da “Lehman Brothers” ou da “Merrill Lynch” com extrema naturalidade: afinal são só mais duas! Ou então é pura ignorância… depois de ouvir uma aluna pré-universitária dizer que tem uma certa curiosidade em ver o “Freddie Mac e Fanny Mae”, não tanto pelos actores, que não conhece, mas pelo título a tocar o romântico (sic)!
Efectivamente “Os (nossos) Deuses devem estar Loucos”… ou então caiu-nos mesmo uma garrafa de vidro na tola!
"O que não dá credibilidade à política é o pessimismo, a maledicência, o bota-abaixo", disse, e muito bem, o Secretário-geral do Partido Socialista, José Sócrates, referindo-se, por certo (porque nunca o citou), ao actual Primeiro-Ministro de Portugal, José Sócrates (sic) … porque foi por causa deste, do Sócrates Primeiro-Ministro, que os Portugueses interiorizaram mais do que nunca a descredibilização da política e dos políticos, deixando instalar o natural pessimismo, a inevitável maledicência e o consequente bota-abaixo.
Depois de tanto acreditar no seu “arrais” (o Sócrates Primeiro-Ministro), os cidadãos ficaram pessimistas por este não os fazer ultrapassar o “Cabo das Tormentas”; ficaram maledicentes porque se cansaram do dito por não dito do seu “mestre”; entranharam o bota-abaixo porque aquele que julgavam ser o experiente “timoneiro” que os levaria para a "Boa esperança"... os fez prisioneiros de mil e um Adamastores!
Em suma e porque extinta a tal credibilidade em todos estes fulanos da “coisa” política, a “rentrée” do Secretário-geral do Partido Socialista, José Sócrates, não passou de mais uma bem ensaiada entrada de leão… como aliás é hábito, também, do outro Sócrates, apesar das cada vez mais saídas de sendeiro que este vem amiúde protagonizando (sic)! Tudo, pasme-se, pelo “interesse nacional” e pela “nobreza da política” (imagine-se se assim não fosse)!
Em grande parte da sociedade portuguesa (e ainda bem) parece imperar a condenação aos mais variados sentimentos discriminatórios… pelo menos parece! Vem isto a propósito das rusgas constantes à Quinta da Fonte ou à Quinta do Mocho (a título de exemplo). Será que só nestas "herdades" existem actos desviantes às regras estabelecidas pela sociedade? Por uma questão de coerência, face a um Estado que se diz de direito e que como tal a todos deveria tratar de igual modo, porque razão se deixam de fora muitas outras Quintas, Quintinhas e Quintais?
Continuar a fechar os olhos a "paisagens" sociais aparentemente idílicas, deveria envergonhar-nos pelo facto de se vasculhar e apontar o dedo aos mesmos de sempre, acabando, inevitavelmente, por transformá-los apenas e só em bodes expiatórios de uma violência que na realidade já não é a deles.
Á primeira vista poderiam parecer umas rusgas despropositadas, mas não viria daí mal nenhum ao mundo se de quando em vez, com o mesmo "folclore" policial e mediático se passassem a pente fino tais núcleos residenciais, onde, como na "Fonte" ou no "Mocho", deve haver do bom, do mau e de muita boa gente a fazer sabe-se lá o quê para salvar as fotogénicas aparências habilmente iluminadas por um "pobre" projector hipotecado (sic)!
Pôr a mão na caixa das esmolas, palmar uns trocos a afáveis velhinhos ou sacar ao ourives meia dúzia de medalhas a dizerem "Amor de Mãe", são, efectivamente, actos de pequena criminalidade enquadráveis na visão minimalista de violência que o Governo partilha.
Os outros, os assaltos a bancos, gasolineiras e carrinhas de transporte de valores, porque efectuados de uma forma profissionalizada, são já, efectivamente, actos de verdadeira criminalidade, embora o Poder Executivo os desvalorize pelo facto de colocaram a Nação ao nível do melhor que se faz lá fora (sic)!
Quer de um, quer de outro ponto de vista, não se justificam, portanto, os alarmistas arrazoados que os jornalistas diariamente despejem nas rotativas nem os ângulos de pura ilusão de óptica que as televisões lançam para o ar, explicáveis tão só pela pasmaceira noticiosa de três longos meses de canícula nacional!
Assim, face à naturalidade com que o Primeiro-Ministro encara a actual situação (porque quem cala consente) e à forma desinteressada como a Administração Interna e a Justiça se pronunciam sobre a “coisa”, é caso para o País se interrogar se estas não serão, afinal de contas, as tais “Novas Oportunidades” tão propagandeadas desde 2006 (sic)!