Os políticos raramente falam verdade mas de quando em vez lá aparece uma excepção!
O Primeiro-Ministro disse há tempos que logo que fosse oportuno baixaria o Imposto Sobre o Valor Acrescentado… e por muito que a muitos isso custe, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa vai mesmo cumprir a palavra e o IVA irá passar de 21 para 20%.
Mas… o que deveria ser um momento de desafogo económico para os seus usufrutuários irá tornar-se, isso sim, num cansativo exercício de gestão apoiado por múltiplas e complexas fórmulas matemáticas de forma a descobrir a melhor aplicação para as poupanças resultantes da redução do imposto em 1%: Certificados de Aforro? Acções? Imóveis? Off-Shores?
Enfim: os políticos, sejam eles quais forem, deviam pensar duas vezes, meditar profundamente, terem a noção dos graves problemas que estas medidas desencadeiam em muitos milhares de agregados familiares que, dedicados de corpo e alma à redução de todo um deficit transformado há muito em desígnio nacional, acabam por sentir-se defraudados perante tais atitudes de puro esbanjamento económico.
Porque a medida a mais não se presta (face à sua inutilidade) senão a um exercício escrito de corrosiva ironia, quase apetece dizer que depois de uma rigorosa dieta imposta pelos “socialistas”, são os mesmos “socialistas” a querer matar por indigestão este há muito malfadado Zé-Povinho dos arrabaldes da Europa (sic)!
O alarido histérico criado à volta do Estágio da Selecção Nacional em Viseu, da posterior partida para a Suíça e do aí continuado "arraial", foi elucidativo, para quem quis ver, do porquê de Portugal (não só por isto, mas também) não descolar dos "fundilhos" recosidos da União Europa. Numa cegueira impressionante idolatrar daquela forma aqueles que tão só, a peso de ouro e mesmo assim condicionados á disposição do momento, dão uns chutos numa bola, é desprestigiar, minimizar, ridicularizar mesmo, o trabalho realizado no dia-a-dia por esses "idolatrantes" (a não ser... que estes não façam nada!).
Se com o mesmo empenho se reconhecesse o muito de bom que diariamente se despreza, que se deixa passar ao lado, quiçá a realidade portuguesa fosse outra... e fosse para melhor! Talvez assim valesse a pena perder uns minutos com essa "fauna" caprichosa dos futebóis. Mas enfim:
- Os políticos tem interesse no ridículo e os cidadãos, inexoravelmente, caem que nem "patos" alienando-se a efémeras "Sociedades" angariadoras de "Sócios" que à velocidade da luz se criam e se extinguem deixando atrás de si esses mesmos Zé-Pagantes, habituais fiadores destas e de outras iniciativas a que alguns pomposamente chamam de desígnios nacionais (sic).
E lá se passou mais um 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades... e dos apupos a José Sócrates!
O Zé-povinho ouviu do Presidente da República o estafado discurso da diáspora portuguesa, sempre bonito, pese embora a inocuidade completa do mesmo e os elogios despropositados ao Governo, porque fora do tempo, face ao êxito da Cimeira (ou da tragédia?) de Lisboa. Viu ainda a entrega de meia dúzia de inconsequentes medalhas lustradas a solarine e olhou, de boca aberta, para os voos rasantes de uns poluentes "teco-tecos" mais indicados para integrarem uma qualquer campanha de trocas de "veículos" em fim de vida.
Pena foi que no entremeio o Primeiro-Ministro não tenha distribuído também uns Certificados de Validação de Competências a todos aqueles que colocaram por escrito (em cinquenta palavras) o feito de Camões ao salvar das águas o "calhamaço" dos "Lusíadas", sorteado uns portáteis pelos lares de "velhinhos" de Viana do Castelo... e oferecido umas concertinas novas ao Rancho de Santa Marta de Portuzelo.
Talvez para o ano, se ainda houver “raça”, se incluam estes tipos de iniciativas com vista a realçar ainda mais a beleza da data e a confirmação efectiva do desenvolvimento "estuporado" desta tão nobre e mui ilustre Nação Lusitana (sic)!
A Drª. Manuela Ferreira Leite afirmou no seu discurso de vitória que “o Partido está a virar a página”! E era bom que assim fosse, mas… há sempre um mas. No decorrer de uma Campanha Eleitoral onde a sobriedade foi a sua imagem de marca, a então candidata parece ter protagonizado uma espécie de filme mudo, um curtíssimo “trailler” onde encarnou tão só a imagem de uma cristalina nascente de Poder.
Ao menos poderia ter dado um qualquer sinal para aqueles que não tem o mínimo interesse no dito (Poder) mas… nem paz (na sociedade), nem pão (na economia), nem Povo (na afirmação nacional), nem liberdade (nos valores). Quantos dias mais o País vai esperar por esse sinal de esperança?
O tempo urge e a não haver urgentemente essa marca de mudança para a generalidade dos cidadãos a líder do Partido laranja será efectivamente mais um virar de página de um livro que já todos lemos, de um filme que já todos vimos, de uma foto em que já todos entrámos (sic).
Entre a cópia feminina de Sócrates e o original, restam, até ao momento, diferenças de natureza anatómica e essas nada interessam para aclarear os céus sombrios e carregados que pairam sobre Portugal.
Scolari parece já ter preparado os portugueses para o fiasco (mais um ?), que poderá vir a ser o Europeu de Futebol de 2008. Quando não é do “traseiro”, é das calças... e agora essas calças parecem padecer de um deficit de líderes fortes que puxem pela equipa e que aglutinem em seu torno o espírito de vitória de que se precisa.
Então a liderança aglutinadora não é do Seleccionador Nacional? Ou o Seleccionador Nacional andou até agora a ser liderado pelo Figo, pelo Rui Costa e pelo Pauleta?
Á que reconhecer a inteligência refinada deste “gaucho” perante a incapacidade em pensar e compreender de uns adeptos que tem teimado em transformar derrotas em retumbantes vitórias para justificarem tão só momentâneos consumos exacerbados de cerveja e amendoins! E há que reconhecer, também, que alguém já deveria ter dito basta às “azias” e “congestões” chamando à barra da responsabilidade Luís Filipe Scolari (incentivando-o, quiçá, a dedicar-se à vinicultura).
Com tantas indefinições, interrogações e justificações perante a presente “campanha”, quase apetecer dizer que o melhor que poderia suceder à Selecção Nacional era o afastamento do seu Treinador: é que as chicotadas psicológicas, por norma, produzem sempre óptimos resultados (sic)!