É cíclico. De tempos a tempos lá surge uma voz indignada com o relacionamento entre a classe política e a classe económica (como se fosse possível a uma, viver sem a outra)!
António Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, imitando aquela magistral provocação marialva na versão “segurem-me senão eu digo”, insinuou preto no branco que existe corrupção no Governo e que os senhores deputados não se devem comportar como umas “virgens de bordel”.
- Ó Senhor Bastonário: lá que diga umas “p***s refinadas” ainda vá lá, agora “virgens de bordel”!
Olhando para o “escudo” de defesa do “um por todos, todos por um” que os políticos tão habilmente manejam, este “ataque” é apenas mais um dos muitos que já ricochetearam em tão imunes carapaças e se destas acusações resultarem umas mesas redondas e umas comissões de inquérito o seu intuito será apenas o de tentar branquear o que há muito o Zé-Povinho sabe estar emporcalhado (sic)!
Enquanto não houver uma Justiça isenta e independente que lave efectivamente mais branco toda uma classe de encardidos políticos, de nada servirá apontar-lhes o dedo às muitas auréolas que lhe decoram as fatiotas.
Até lá, eles vão-se governando... com o que dizem ser o nosso Governo!
É inadmissível o que se passa em cafés, restaurantes e em todos os outros espaços públicos de clausura!
Imagine-se o ambiente acolhedor de uma “oficina” de comidas: entre o degustar de uma soberba gastronomia emparelhada com o mais puro néctar báquico e a intimidade de dois ou três dedos de “religiosa” verbosidade, mesmo não sendo fumador, note-se, caia sempre bem o suave aroma passageiro de um puro Cubano que o “descuidado” vizinho do lado “queimava”, fazendo esquecer, por momentos, as pequenas grandes incivilidades que outros proporcionavam.
Apetece dizer que se perdoava o mal que fazia… pelo bem que sabia!
Agora, com este pequeno “prazer” proibido, resta-nos buscar paciência, sabe-se lá onde, para tolerar o “brutamontes” do arroto sísmico, a aerofagia vulcânica do “mostrengo” sua esposa mais o “miúdo” seu filho que face a tamanha destruição em maça, deve ter terminado com aproveitamento e distinção o ano lectivo de uma secreta base de treinos da Al Qaeda!
É sobre esta sociedade sem princípios que todos nós “aturadores” passivos de tudo e mais alguma coisa devíamos meditar, ao invés de entrarmos em intoxicantes discussões ao pé das quais a nicotina acaba por ser uma substância de uma inocuidade quase total (sic)!
Depois de mais uma pirueta de 180º, alguém, no seu mais perfeito juízo, seria capaz de comprar um automóvel em segunda mão ao Primeiro-Ministro de Portugal? Vejamos!
Enquanto Chefe de Cerimónias da fina nata da política Europeia, Sócrates deu-lhes como “vendido” (e com garantia) o “todo-o-terreno” denominado Tratado de Lisboa! Depois, como Primeiro-Ministro de Portugal manteve o negócio em aberto convencido que o tempo desmotivaria os “compradores” nacionais para a aquisição da “pechincha”! Como o interesse dos Portugueses aumentou e o contrato já estava feito e assinado com os “parentes” ricalhaços lá do outro lado da “cercadura”, restou a Sócrates vestir a “fatiota” de Porta-Voz dos “finórios” e transmitir aos “lorpas” que havia tido uma proposta de tal maneira irrecusável que no fundo, no fundo, todos sairiam dela a ganhar (sic)! Enfim…
Ao mesmo tempo que a maioria dos Portugueses afirma cada vez mais não comprar um “chaço” que seja ao Zé de Vilar de Maçada, deixa, numa passividade quase inconsciente, que ele vá hipotecando o nosso bem mais precioso que dá pelo nome de “Portugal”!
Agora que o Tratado de Lisboa está tratado, é tempo de o País real reflectir um bocadinho e ir de encontro ao que verdadeiramente interessa: isto é, tratar-se… começando por tratar da saúde (política) aqueles que mais precisam!
José Sócrates, na sua habitual Mensagem de Natal, “pintou” e “repintou” a Nação e ao resultado final chamou “A Perfeição”!
Cavaco Silva, aproveitando a Mensagem de Ano Novo, achou por bem retocar a “obra”. Apreciou-a à distância, escureceu-lhe consideravelmente os “astros”, retirou-lhe o excesso de verniz e acabou por a apelidar de “A Dúvida”!
A oposição, após avaliar o “quadro” a quatro mãos, não foi além do já costumeiro palavreado indecifrável do costume: que existia uma certa profusão ilusória de “traços” na profundidade do todo salientando-se a preponderância de “riscos” oportunos a sobressair entre excessivos “rabiscos” despropositados. Mas enfim: sem mexeram em nada definiram-na como “A Interrogação”!
Os Portugueses, fartos de tanto “engenho”, ainda tentaram tirar algum entendimento das “pinceladas”, mas não conseguindo vislumbrar nada de novo neste já habitual “tríptico” Natalício chamaram-lhe “A Repetição”… e de bota lustrosa e sola furada empanturraram-se em consumismos desenfreados acreditando “que entre mortos e feridos alguém há-de escapar”!
De diferentes ângulos, é assim “A Ilusão” da política Portuguesa enquanto estranha forma de “arte” (ou de vida).