O rico Pai Natal Europeu, embora atrasado em relação à quadra das oferendas, visitou um jardim de petizes à beira mar plantado!
Embuido de um espírito próprio de outras paragens, mais atinadas, mais responsáveis, deixou o “peixe”, convencido que aqueles “travessos” sabiam utilizar a “cana”.
Há que condescender perante este velhote, de barbas brancas, quiçá a padecer das más interferências do vizinho Alzheimer, ou então, farto de tanta pedincha de turma tão mal comportada, insuportável mesmo, deixou a prenda e fez uma sina à porta da Escolinha:
- Aqui, nunca mais. Já não tenho idade para isto. Fiquem bem!
Dinheiro, muito dinheiro para os “miúdos” actualizarem os computadores, comprarem uns livros para a biblioteca, enfim, para darem um jeito na imagem geral do jardim que tanto desmazelo tem merecido.
Mas… sabem como são as “crianças”! De humores instáveis, decisões inconsequentes, de atino incerto. Ainda o saco não era aberto e já a discussão e a gritaria estava instalada entre os eleitos que integram o “Clube da Floresta”. Uns porque queriam um comboio, outros porque queriam uma pista de aviões e outros, muitos, porque queriam apenas o dinheiro para guloseimas nada saudáveis e caríssimas.
Um deles, o mais caladito, o mais desgraçado, aventou a ideia de distribuir aquela pipa de massa, em partes iguais, pelos meninos todos do jardim.
- É pá: cada um ia à sua vidinha e ninguém mais se chateava com isto.
O silêncio instalado lembrou a hora da soneca!
Não se sabe como irá acabar a “estórinha”, mas que há “putos” que nos deixam a pensar com as suas saídas, lá isso há!!!
Pelo sim, pelo não… não vou perder um minuto mais que seja a ouvir as lengalengas dos vários movimentos contra e a favor do aborto que, como cogumelos (alguns “psilocibes”) vão pululando por aí.
Do SIM, já estou esclarecido quanto à necessidade imperiosa de libertar milhares de mulheres que às mãos de impiedosos carrascos são torturadas em Portugal pelo simples facto de terem abortado. Apenas algumas, com a desculpa, por certo, de comprarem uns caramelos “Logrono”, conseguem fugir a esta autêntica barbárie nacional que nos envergonha em pleno século XXI (sic).
Do NÃO, esclarecido estou, já que o aborto não deve ser tornado numa banalidade tal que transforme o Serviço Nacional de Saúde num paraíso abortivo, obrigando, por tal facto, milhares de mulheres a terem de ser intervencionadas cirurgicamente ao apêndice em clínicas de Badajoz.
E sobre o direito à vida… estamos conversados!
Uma das justificações recentes para manter e até mesmo reforçar os meios da Marinha e Força Aérea, foi a de Portugal ter uma extensíssima costa oceânica que exige uma fiscalização constante, quer a nível do narcotráfico quer da segurança para toda a frota pesqueira e comercial que exerce a sua laboração em tais águas.
Com a morte de 6 pescadores a meia dúzia de metros do areal e perante os embaraços causados por tal quer às “altas patentes” militares quer políticas, é caso para dizer que se anda a meter água pelos mais diversos rombos do casco das instituições (envolvidas neste naufrágio contaram-se sete).
Em tempo de tão apregoada contenção (e perante a ineficaz e continuada interrogação sobre a utilidade a dar, não só ao ramo ligado aos “girinos” mas também ao dos “rambos” e “majores alvegas”), não deveria a proporcionalidade entre os meios materiais e humanos ser consideravelmente equacionada pelo poder político?
Com o devido respeito que a Instituição Militar merece, começa a não ser dignificante para a mesma ver tantos e tantos cidadãos sentados à volta de uma fogueira, recordando, tão só, tempos de sonho e de verdade.
Para cenários destes, de saudade, já nos chegam os “Meninos de Huambo”!
Olhar sobre a imprensa regional nacional pode ser um interessante teste para aferir da capacidade de resistência à exposição do vazio e da insustentabilidade.
Os “doutos” colaboradores opinam quase sempre através de parágrafos plagiados aqui e ali a “doutores” firmados na matéria e às tantas a mistura de frases de sentido pesado e profundo baralham-se de uma tal maneira que, aos olhos de um incauto leitor, o escriba “tem mesmo jeito para a coisa”. O “gajo” disse duas seguidas: o quê, não se sabe nem interessa, mas aqueles palavrões só podem ser de alguém iluminado! Daqui ao cadeirão da Junta de Freguesia vai um passo (sic), pensará intimamente o dito imprudente.
A primeira página para as “garrafais” de uma festarola ou trágico acidente, seguindo-se “lana-caprina” nas restantes duas ou três, com os “opinadores” à mistura entre avisos de “penhoras”, aniversários e funerais. Pelo meio, de quando em vez, ainda há espaço para publicitar o “toque rectal” de distinto urologista mais o términos da Licenciatura de quem há muito esqueceu as suas origens. A “Liga dos Últimos” encerra a “tortura”.
A peça oratória de Natal do Engenheiro Primeiro-Ministro foi demasiado pachorrenta!
Mais uma vez, no seu estafado discurso useiro e vezeiro, o “nosso Zé” veio fazer crer que o poste eléctrico (Portugal) está em movimento quando na realidade o que se move é o comboio europeu. Sócrates teria prestado um óptimo serviço ao País se direccionasse o seu raciocínio, por exemplo, para aqueles seus concidadãos que inconscientemente (ou não) se afundam mais e mais no lodaçal do crédito fácil, chamando-os à realidade para as dificuldades incomportáveis que o novo ano vai trazer!
Mas não: e como não, foi uma cantilena insípida, de prolixidades apenas!
Ao Engenheiro Primeiro-Ministro e para manter o inexplicável estado de graça que “divinamente” lhe foi concedido, ou optava pelo velhinho ditado popular do “quem não é visto não é lembrado” ou palrava ao melhor estilo dos “Sonhos de Menino”:
- “Lembro-me de uma aldeia... e de um menino” que sonhava ser político há muitos anos (blá, blá, blá).
Assim como assim, sempre tocava no natalício coração dos portugueses e acredite, eles gostam deste relambório.