No inconsciente, inexplicável, do erótico, Maria José Morgado é uma mulher que poderá vir a aquecer os preliminares de um acto que, até à data, tem sido desmotivante, desacreditado e por isso maçador.
Com esta nomeação, apesar de as leis não terem mudado, espera-se que o “leito” da Justiça se transforme numa enorme orgia de acusações, defesas e ilibações que acabem de uma vez com as esfarrapadas desculpas das “dores de cabeça” que o mundo do futebol, na penumbra, acarreta para políticos e poder judicial.
Com a fasquia colocada já num patamar tão elevado, a sua mais pequena “abundância prematura” de palavras poderá arruinar o namoro de ódio desta paixão há muito desavinda (Maria José versus corrupção desportiva).
A excitação (laboral, entenda-se) conhecida à distinta Jurista é demasiado alta para os brandos costumes a que estamos habituados pelo que a pergunta surge com a maior naturalidade:
De tempos a tempos surgem histórias de gente que não caiu nas graças da implacável e ingrata vida. Elas são vítimas de confusos emaranhados de interesses, de tuberculose ou de “bicos de papagaio” fruto de noites mal dormidas em camas (muitas) mal enxergadas.
Mas há excepções (sic)! Folhear o “Eu, Carolina” é deixarmo-nos envolver pelo toque da escrita refinada, pela ânsia da surpresa no virar da página e pelas íntimas palavras de amor que a autora, sentidamente, partilha com o leitor.
De toda a obra retenho a eloquência de uma frase deixada num guardanapo de papel em momento, julgo, de fervilhante paixão:
“Giorgio Love Carolina”.
Inconscientemente regresso ao Woodstock, a Vilar de Mouros, a toda uma vivência de paz e amor… para de imediato e sem sobressalto ser confrontado com as descrições da arrependida violência na pele da cândida e virginal personagem do Senhor Dr. Bexigas.
Raros os mortais a quem os superiores deuses da escrita permitem, assim, deixar discorrer a pena!
Vinte e seis anos depois, intercalados com milhares de comissões de inquérito, pareceres e estudos, o tema “CAMARATE” continua a ser uma brasa que teima em reavivar de tempos a tempos.
Faltava agora o “Sô Zé” assumir publicamente o fabrico da bomba de “percevejos” de Carnaval que alguém posteriormente transformou em bomba de fumo e que outras sanguinárias mãos converteram na definitiva bomba explosiva!!! A ele apenas foi pedido que assustasse a cabine de pilotagem e obrigasse o “Cessna” a uma aterragem de emergência.
Perante tão importante confissão de pessoa “influente” nos destinos nacionais, as proeminentes sapiências da autoridade curvaram-se ao ridículo e alimentaram a fome de tal “bigorrilha” por parangonas de jornais, holofotes e câmaras de televisão.
Que poderemos esperar de um Estado que, ao mais alto nível, não soube investigar, esclarecer, julgar e arquivar o Processo que originou a morte de um Primeiro-Ministro e de um Ministro da Defesa?
Daqui a tempos, quando surgir um novo apetite devorador no íntimo da dita personagem, outra “estória” virá a público para, candidamente, envergonhar a desavergonhada Justiça Portuguesa.
Fugindo um pouco à seríssima realidade do assunto quase apetece dizer que, aproveitando um prólogo de todos conhecido (Camarate), cada qual vai divergindo a seu bel-prazer para “estórias” que lhe preencham melhor o imaginário de tal urdidura: no fundo, no fundo, como nas histórias do Astérix!
Transformando as normalidades em anormalidades vamos sendo constantemente confrontados com possíveis “visões” do fim do mundo.
Ou é porque vai chover muito, ou o vento vai soprar fortíssimo, ou uma vaga de frio vai originar fortes geadas que por sua vez vão originar acidentes rodoviários… e por aí fora.
Para a nossa Protecção Civil o planeta Terra foi descoberto ontem e cada dia que passa é uma novidade deslumbrante aos seus olhos! O Inverno ser uma “estação” de chuva, de frio e de gelo, é qualquer coisa de transcendente para estes “especialistas” da matéria.
Assim, de cada vez que aparece nos telejornais aquela figura bonacheirona do Comandante Gil Martins, a única coisa que me vem à “cabeça” é a imagem da Senhora de Fátima, “encarnada” naquelas simpáticas estatuetas que conforme o grau de humidade do ar mudam constantemente de cor. Destapando a “cataplana” na cozinha”… todos os aposentos entram em alerta máxima para a ameaça de chuvas (sic)!!!
Com a mesma facilidade, o simpático Senhor põe o País a Verde, a Amarelo, ou a Laranja, numa pintura já tão surrealista que descredibiliza uma qualquer anormalidade que eventualmente venha a acontecer.