Moderar. Reprimir, conter, regular, diminuir, abrandar… não cometer excessos.
O Governo, ao criar Taxas Moderadoras para Cirurgias e Internamentos em estabelecimentos hospitalares, dá a entender que há portugueses com o “fetiche” da anestesia, do bisturi e da exibição de vistosas costuras ou agrafes! E que outros tem a “tara” de consumirem os seus tempos livres embrenhados em “saudáveis” hospícios e hospitais!
Ex.mo Senhor Ministro da Saúde: ou V.Exª. e a “tribo” de que faz parte perderam a faculdade de discernimento sobre o que é ou não eticamente correcto, ou então estamos todos loucos, alienados, mentecaptos.
Será que o exagerado consumo de calmantes, ansiolíticos e antidepressivos com que nos empanturramos servem para atenuar tais “fetiches”, ou serviram, quiçá, para encarar-mos estas medidas com um certo “relax” e sorriso nos lábios?
A eventual nulidade do “Apito Dourado”, suscitada por alguns especialistas em direito constitucional… já era esperada. Apenas e só porque estamos em Portugal! Terriola de toleirões, estúpidos, imbecis, idiotas e parvónios (pelo menos é o que eles nos tentam fazer crer).
Digam-nos que a culpa foi das operadoras de comunicações que assumiram toda a responsabilidade: foram elas que colocaram, por mero engano, o “Papa” a falar com o Major, o Vieira dos “Balneários” em linha com o Loureiro, o Veiga do “Petróleo Olex” com o Valentim e o Gilberto “Denominação de Origem Controlada” em conferência com eles todos… e que á falta de assunto, falaram de árbitros, de empregos para afilhadas roliças, de licenças de construção, etc. etc.
E que também o Processo “Casa Pia” será arquivado sob o pretexto dos “putos”, à data da “coisa”, serem todos maiores de idade. Foi provado que os progenitores, por desleixo, só os registaram não sabem quantos anos depois do nascimento!!!
Há! Ilibem também os condutores que circulam em contra-mão nas auto-estradas. Se virem bem é inconstitucional punir um cidadão que encara de frente, olhos nos olhos, os outros automobilistas. Façam disso um exemplo a seguir por todos os outros.
Afinal... estamos ou não em Portugal?
Como que adormecidos vamos saboreando o “dolce far niente” desta canícula que teima em não arredar pé. Acompanhados pela “bejegas” geladas e pelo camarão da costa, tecemos comentários mais ou menos jocosos sobre vizinhos pessimistas que apenas pensam em trabalhar.
E eis que surge o jantar!
Na companhia de melgas e mosquitos saboreamos o prazer de degustar uma “Massada de Cherne” servida em mesa finamente decorada por cacaréus e instrumentos “cirúrgicos” assinados por distinto alfaiate da nossa praça. Discute-se a qualidade da Colecção do Zé Bernardo e a utilidade a dar a uma tal Fundação pertença de uma moça que tocava lindamente as “Insónias” de Chopin.
Não fosse o tempo correr impiedosamente e encaminhar-nos para um regresso à normalidade e quase se diria que a confiança económica está para ficar e recomenda-se. Só que…
não tarda “acordar-mos”, sem apelo nem agravo, com o indigesto extracto do cartão de crédito mais uma “catruzada” de mensalidades que julgávamos também adormecidas, incluindo as últimas prestações das colheres de café sem as quais o “luxuoso” serviço “made by JR” não fica completo.
Até ao Natal, malha-se indiscriminadamente em políticos, banqueiros e outros fulanos de “mau porte”, na esperança de que um dos vizinhos, afinal realistas, nos convide para um repastosito servido em ambiente “decadê” do “Vista Alegre” (herdado, julgo, de uma qualquer tia em terceiro grau).