Muitos se interrogam sobre o interminável estado de graça da Tribo Governativa. Os Portugueses renderam-se ás representações um tanto ou quanto teatrais do seu Chefe de Grupo. Uns, olham-no como um qualquer Major Alvega, herói de tantas e tantas bandas desenhadas. Outros, vêem-no como um excêntrico, lunático e teimoso Howards Hugs, também ele aviador. Para alguns, os mais cépticos, ele é simplesmente… o Mosco!
Reacções estranhas, estas!!! Mas, afinal, o que leva a dar o benefício da dúvida a tão singular personagem?
Sócrates caiu no lugar de Primeiro-Ministro de forma rápida e imprevisível. Não se deu demasiada importância ao facto. Era apenas e só mais um “mosco” a cair num enorme e repetitivo prato de sopa político. No entanto, após a insípida queda, este “insecto” levantou voo e começou a fazer piruetas um tanto ou quanto arriscadas em consomés, vichisoises e gaspachos de fino trato. O Zé-Povinho, apesar de enjoado com a sua insossa sopa, começou a achar graça ao “mosco”! Ele faz loopings em “pratos” até aqui julgados inacessíveis ao comum dos mortais. As passagens rasantes na Justiça, na Educação, nas Polícias, na Saúde, nas Finanças e em tantas outras “faianças” do género granjearam-lhe as simpatias de diversos quadrantes.
Quase todos admiram a persistência deste insecto díptero, o que, nos dias que correm, é uma qualidade que o distingue dos demais.
Deve ser daqui que nasce o inexplicável carisma (do “mosco”)!
Eu gósto munto dos Senhores Provezores. São eles que fazem um sacrifíssio inorme para nus ensinarem o pouco que sabem. O meu Provezor explicame o que é um Sindiqato, o que é uma Greve e como devo fazer para aproveitar os friados e com eles saber comstruir muntas Ponteses. O meu Provessor é um brucho porque eu nunca disse a ninguém mesmo o que queria ser quando for grande: mas ele já sabe que eu quero ser Engenhairo Cevil para construir muitas Ponteses!
Eu tenho muita pena dele e da sua da famílea. A espoza é munto duente, os filhos são munto duentes, a sogra tem ataques espiléticos e o sougro cirrose tinta. Os pais são aleijedinhos, couitadinhos, e é o meu Provezor que tem de estar sempre a faltar para lhes dar o apoio que precizam. Há meses intairinhos que nós não vemos o nosso Profezor: é a Senhoura Auxeliar que nos diz que ele já está Atestado, o póbrezito. Às vezes cuando aparese está munto caimadinho do sole. Se calhar é de travalhar munto na quinta para sustentar a famílea.
Os Senhores Provezores são os nossos cegundos pais porque nós estamos mais tempo na escola duque em casa; isto não quere dizere que tenhamos mais aulas. Mas eu intendo, porque para além das duenças todas, eles também tem de lutare contra os homens e as mulheres más de Lisboua e para isso eles fasem muntas runiões.
Já me esquessia: o meu Provezor também me ensina a esqrever.
Ambicionar atingir os lugares cimeiros de um qualquer torneio de futebol só é possível com uma equipa motivada dentro e fora do campo. Um grupo de jogadores pouco habilidosos, por mais que treinem, por mais palestras de balneário que escutem, nunca irão saborear o prazer do pódio. Esta realidade aplica-se ao futebol e a um sem número mais de “tarefas” que envolvam competitividade.
Os Portugueses há muito que anseiam por uma vitória. No entanto não estão minimamente motivados para lutar por essa vitória. Somos um grupo de aspirantes a “jogadores” integrados geograficamente num campeonato superior à realidade. Habituados a treinadores de “divisões de honra” e das suas palestras da treta, vamos dando uns toques na bola quiçá na esperança de que um qualquer “Abramovich” venha a adquirir uma equipa de peritos em “dribles duvidosos” e “foras de jogo crónicos”.
Num relvado remendado e ressequido pelo tempo, “prognósticos, só no fim do jogo” porque os relatórios dos “seleccionadores” não têm sido nada abonatórios para a “causa”.
Criámos o curioso hábito de seleccionar cuidadosamente o comentador político-económico que faz o nosso gosto. Isto é, um “opinion maker” que diz apenas o que nós queremos ouvir. Há-os de todos os géneros, de todos os feitios… para todos os gostos. O meu fraquinho pelo sexo oposto direcciona-me os tímpanos para a Sra. D. Constança.
Aquilo sim, é uma comentadora com eles no sítio (os microfones).
Depois, enquanto o jantar vai assentando que nem uma luva, encho a peitaça de ar e faço a minha análise político-económica diária ali mesmo, ao balcão do Bar da esquina, imaginando-me em S.Bento, na companhia de um cimbalino com cheirinho, do “paxá” do 2º.Drt. e da “sonsa” do R/C.
É que a seguir é mais um dia de trabalho e a política nacional já não passa sem os “bitaites” alvitrados pelo vulgar cidadão comum! Hábitos.