A forma mesquinha como algumas autarquias estão a encarar o possível encerramento das esquadras da Policia de Segurança Pública e Quartéis da Guarda Nacional Republicana, lideradas pelo Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), é por demais evidente sobre a visão de coutada ou feudo dos quais, estes eleitos, se julgam senhores. Num período de contenção económica que se quer abrangente a (quase) todos os sectores da sociedade, é natural que um Concelho que tenha menos de 14 mil habitantes e, no momento, é privilegiado com dois corpos de segurança, passe a usufruir de apenas um. A isto, chama-se gestão de recursos, quer humanos quer financeiros. Como a maioria das autarquias não tem uma gestão deste tipo e se continua, cegamente, a afirmar que é impossível pensar estes órgãos em termos empresariais, os próximos tempos serão de levar as mãos á cabeça, porque os fundos não esticam e o ácido acetilisalicilico não é solução. O problema já não é enxaqueca, mas sim forte dor de cabeça, onde nem a visão majestática da (inútil?) fonte luminosa atenuará a patologia. Desçam á terra, se fazem o favor!!! E já agora, deixem-se de operações de “leaseback” e recorram a contratos de reequilíbrio financeiro.
A xaropada que é levar diariamente com figuras ridículas, vazias, meros décors de revistas cor de “trampa”, atinge, naqueles dias em que a paciência do pobre mortal está pelas ruas da amargura, um nível “perigoso” de gerir. Há velocidade a que as mesmas se deixam fotografar, a táctica do atirar ovos podres ou tomates passados contra aquelas lustrosas capas, é pura perda de tempo.
A solução ideal seria o Senhor Jô Berardo adquirir tais peças de uma Arte Merdosa Naïf e “arrumá-las” de vez num qualquer quartinho dos fundos do CCB. Talvez daqui a uns anos o Candeeiro Merche, o Cadeirão Caneças ou o Guarda-Fatos Castelo Branco ganhassem um qualquer mínimo interesse!
José Sócrates disse que “o Presidente da República escolheu bem o dia (25 de Abril) para lembrar que, apesar da nossa agenda política estar muito dominada pela necessidade de recuperação económica e de mais competitividade e mais produtividade, não devemos esquecer as obrigações de solidariedade para com os que mais precisam".
Então o Senhor Engenheiro estava à espera de quê? Que o Senhor Professor viesse falar dos relatórios do Banco de Portugal, da OCDE e do FMI? Estava à espera que viesse dar ao Governo a cobertura e o apoio que este tão necessita em matérias económicas?
O Professor Cavaco Silva veio falar dos “velhinhos” para não ter que dizer que a actual equipa governativa há muito que mete água e que é com preocupação que aguarda por um quase inevitável naufrágio.
Ou então, para bem de todos, espera em silêncio que V.Exª. se farte da mediocridade dos holofotes do seu palco e arregace as mangas em produtivos trabalhos de bastidores.
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, não está preocupado com o cenário difícil traçado pelo Banco de Portugal para a economia portuguesa, assim como com a subida do preço do petróleo. Os 103 Deputados que se “baldaram” ao trabalhinho no período da Páscoa, quase de certeza que também não estão nada preocupados com tal situação. Os milhares de portugueses que entupiram os voos para as Caraíbas e nordeste, mais os outros tantos que rumaram para os Algarves, também não sofrem de enxaquecas por tal motivo. O Primeiro-Ministro, esse, deve estar a preparar mais um show para os projectores da comunicação social e assuntos de “lana-caprina” como estes passam-lhe ao lado.
Restam meia-dúzia de resistentes, com os impostos em dia, os compromissos bancários religiosamente cumpridos e uma média salarial de 500 e poucos euros, que mereciam um pouco mais de valor e que porventura se interrogam, onde é que isto vai parar perante tanta irresponsabilidade patente no País?
Portugal tem os piores resultados dos países desenvolvidos!!! O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz mesmo que a economia portuguesa está estagnada e que a alta do preço do petróleo é comprometedor para inverter tal situação.
Esta é a parte séria da realidade em que estamos mergulhados. A outra, que de sério nada tem, chama-se Governo, o lodaçal onde a tal economia estagna.
Á análise do FMI o Primeiro-Ministro reage assim: “É um momento difícil para as economias europeia e portuguesa”. O Ministro das Finanças diz que não senhor, “o preço do crude é marginal para a nossa economia” e desvaloriza o facto. O Ministro da Economia “reconhece que é uma má notícia, mas o Governo está de mãos atadas”.
Com cada músico a tocar por uma pauta diferente, a desafinação torna-se insuportável e o coro de protestos da assistência, se não estivesse entretido a saborear pipocas adulteradas, há muito que se deveria já ter ouvido a patear fortemente tão triste espectáculo.
Será a isto que chamam Ópera Bufa?