É necessária uma mudança que mexa com toda a estrutura pública em que a gestão nacional assenta. Uma mudança pensada, discutida, planeada, “bebendo” aqui e ali da experiência positiva de muitos dos nossos parceiros europeus. Num espaço temporal de curto prazo, impunha-se, e impõe-se, que esses exemplos de transformação partam dos próprios políticos. Numa sociedade acomodada e porque não dizê-lo, sacrificada por toda uma “tribo” que usou Portugal como passerelle e como laboratório de experiências fracassadas, seria no mais elementar bom senso que assim fosse. Mas tal não é o que está a acontecer. Depois de recheados todos os bolos que havia a rechear, que é como quem diz, Ministérios, Secretarias de Estado, Empresas Públicas, Direcções Gerais, etc. etc. com boys e girls da sua confiança, o Governo arvora-se em “cavaleiro da verdade” e no dia a dia da praça pública anuncia as novas cruzadas que agora sim, pode iniciar.
Quantas medidas foram tomadas para travar o “regabofe” financeiro que existe na Madeira? Sobre os Governos Civis? As Autarquias? Sobre a pesada e onerosa estrutura militar? A resposta é SIMPLEX: nenhuma! Numa política “kamikase”, entre o oito e o oitenta, escolheu-se o 90. O que deveria ser pacífico é gerido em guerra aberta com tudo e com todos, o que dá a ideia de se pretender a qualquer preço um lugar de destaque na história do país.
Efectivamente o Governo tem em muitas das medidas a razão do seu lado. É um facto indesmentível. Mas da forma como tudo está a ser “maquinado” é caso para questionar o estado psíquico dos seus intervenientes. Ou então estamos todos “doidos” e resume-se tudo a uma só medida: encerre-se Portugal.
O desejo do governo querer marcar a agenda política nacional e consequentemente as páginas da comunicação social com acções que deviam ser publicitadas quando estivessem já efectivamente em prática, roça os limites da futilidade.
A manter-se a “pica” de o Senhor Engenheiro querer prolongar o seu narcisismo em alta, e lembrando aqui as recentes campanhas das águas minerais, porque não lançar a carta de condução com aroma a Bravo de Esmolfe? O Ministro António Costa com aroma a Pêra (de preferência assada, os incêndios estão à porta)! E V.Exª., bem… depois de ter beijado uma foragida à justiça não se livra do aroma do Coco brasileiro.
“Mais cedo ou mais tarde, a verdade vinga-se sempre de quem tenta injuriá-la”! Quando o Ministro das Finanças Teixeira dos Santos apregoava aos quatro ventos que o combate à fraude e evasão fiscal era uma prioridade fundamental para o Governo, surge a Polícia Judiciária a afirmar precisamente o contrário. Uma resolução interna daquela Polícia dá conta que a corrupção, o tráfico de influências e as fraudes fiscais não fazem parte das suas longas listas de “dores de cabeça”!
Finalmente o bom senso parece querer imperar sobre o puro marketing político governamental. Bom senso porque a PJ concluiu que não é eticamente correcto esbanjar milhares e milhares de euros em “Apitos Dourados” ou em processos de investigação autárquica para pura e simplesmente, quando os interesses o justificam, tudo voltar à “estaca zero” da inquirição. Exigir melhores condições de trabalho, mais meios humanos e científicos ou mais verbas para investigação, são vontades que se credibilizaram e muito com a tomada desta atitude. É caso para perguntar: Quanto vale um Ministro?
O Comando Geral da Guarda Nacional Republicana vai, finalmente, reforçar o armamento dos seus militares de forma a responder ao aumento da criminalidade existente. Era uma pretensão há muito exigida por estes homens. A pistola-metralhadora FAMAE SAF, de fabrico chileno é um must nesta área. Calibre
Será que a medida conta com o apoio da “Brigada de Tráfico Ilegal de Armas” da PSP (sic)!!!
É rara a semana em que não são tornadas públicas medidas e mais medidas, para, segundo dizem, desburocratizar e facilitar a vida aos cidadãos. Empresas na hora, Licenciamentos na hora, Associações na hora, Marca na hora, enfim, tudo o que não interfere com a maioria dos cidadãos é feito na hora. Infelizmente, e deslumbrados com tanta eficiência, esquecem-se que tudo isto é banal numa sociedade moderna e desenvolvida. Descobrir a mó do moinho no século XXI é próprio de quem nada mais tem para fazer.
Mas já que é assim, lembrem-se também de criar as Consultas Médicas na hora, as Operações Cirúrgicas na hora, a Justiça na hora, as Dívidas do Estado pagas na hora, e mais um rol enorme de acções que mexem, estas sim, com a maioria dos Portugueses. Sabe quantos desempregados têxteis surgem na hora em Portugal? Dois, Senhor Engenheiro Sócrates. Quanto tempo se espera por uma intervenção cirúrgica? Oito mil setecentas e sessenta horas Senhor Engenheiro Sócrates. Quanto tempo o estado demora a saldar uma dívida? Uma eternidade Senhor Engenheiro Sócrates.
Faça lá mais uma “forcinha” e tente inventar a máquina a vapor!