O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde informou que no presente ano o Governo vai alargar o Programa "cheque-dentista" a outros grupos populacionais. Não será um pouco incongruente continuar assim a esbanjar recursos pelo simples facto de os portugueses terem cada vez menos motivos ou razões para exibirem radiosos e rasgados sorrisos "Albarran"? Depois dos 25 milhões de euros gastos em saúde oral em 2009, o que se esperaria, agora, seria o lançamento do "cheque-oftalmologista" e do "cheque-otorrinolaringologista"... ou será que ninguém está interessado em proporcionar aos cidadãos uma boa acuidade visual, de forma a não perderem pormenores dos magistrais números "circenses" que a todo o instante "altas personalidades" lhes proporcionam ou um mínimo de cuidados auditivos que lhes permitisse separar o "trigo do joio" do muito discurso oportunista que por aí cada vez mais se vai produzindo (sic)? Aparentemente despropositada, vem toda esta ironia a propósito da realidade concreta e revoltante de alguns hospitais poderem vir a deixar de ter uma Unidade de Oncologia caso o Plano da Rede Oncológica avance sem alterações. Dezasseis hospitais dos cinquenta e cinco a oferecer tal tratamento, tem menos de 500 novos casos por ano (felizmente), logo não cumprem as exigências mínimas definidas pelo respectivo Ministério! A justificação, "bonita" como sempre, é a de que "um maior número de casos concentrados num só serviço gera mais prática e mais competência no tratamento dos doentes", além de permitir, é claro, uma melhor distribuição dos deficitários recursos técnicos, humanos e financeiros (e um consequente aumento das listas de espera)! Assim, para os actuais responsáveis, pouco interessa que os doentes oncológicos tenham de passar mais umas "passitas" das muitas "passas do algarve" que já passam... desde que as passem na posse de uma dentição saudável e perfeita (sic)!